No Egito, príncipe Charles prega tolerância religiosa

Portas Abertas • 22 mar 2006


O príncipe Charles, da Grã-Bretanha, disse na terça-feira a professores e estudantes muçulmanos que a revolta contra as charges dinamarquesas retratando o profeta Maomé mostrava o perigo da insensibilidade e intolerância religiosas.

Falando para 800 pessoas na Universidade al-Azhar, o herdeiro do trono britânico, que um dia se tornará chefe da Igreja da Inglaterra, disse que a desconfiança entre o Ocidente e o Islã estava tendo resultados desastrosos, e pediu por tolerância.

A horrível briga e a raiva provocadas pelas charges dinamarquesas mostram o perigo que surge da falha em escutar e respeitar o que é precioso e sagrada aos outros, disse o príncipe ao público.

A publicação das charges, uma das quais retratava o profeta usando um turbante no formato de uma bomba, provocou violência no mundo muçulmano. Elas foram publicadas pela primeira vez em um jornal dinamarquês, e então republicadas na Europa e em várias partes do mundo.

Charles, que instou o Ocidente a aprender com o Islã e recebeu um doutorado honorário da al-Azhar na terça-feira, está em meio a um giro que ainda inclui a Arábia Saudita, berço do Islã, e a Índia.

O respeito mútuo entre as religiões precisa ser restaurado, a fim de se superar a desconfiança que envenena a vida de tantas pessoas, disse Charles.

Isso, é claro, se torna infinitamente mais difícil pelos estereótipos e absurdos propagados por certos setores da mídia, disse.

Charles disse que não era aceitável estigmatizar os muçulmanos na Europa nem discriminar os cristãos no mundo Islâmico.

Falo sobre a experiência dos muçulmanos vivendo na Europa, que são alvo de variadas e contínuas expressões de islamofobia pelos europeus.

Falo sobre os cristãos que vivem em nações muçulmanas, que são vítimas de restrições degradantes e duras, ou alvo de abuso cometido por alguns dos cidadãos, disse.

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