Portas Abertas • 29 mai 2006
Um dos cerca de 180 brasileiros residentes no Timor Leste teve a sua residência atacada, em Díli, por grupo armado com facas e pedaços de pau.
Acordei com o barulho de sinos e das facas na grade do portão, conta Aurélio Edgard Gonçalves de Brito, de 26 anos, que precisou fugir pelos fundos da residência.
O ataque ocorreu na sexta-feira por volta das 23h, na hora local (7h em Brasília).
Minha moto foi roubada e acabei deixando todas minhas coisas em casa, disse Brito que agora está na residência do embaixador do Brasil, Antônio Souza e Silva.
Cerca de 20 brasileiros já buscaram abrigo na Embaixada do Brasil e mais dez foram hospedados em um hotel.
Calma
A expectativa da população era de que este sábado fosse um dia mais tranqüilo, em Díli, com a chegada das tropas estrangeiras.
Porém, mais casas e carros foram queimados, a população continua se refugiando em abrigos e fugindo para as montanhas.
O missionário brasileiro mora no bairro de Pité, um dos mais perigosos da capital.
Ele disse que ficou preocupado e ligou para amigos pedindo que fossem buscá-lo.
Um carro me retirou do bairro e eles me levaram hoje pela manhã para a casa do embaixador, conta Brito.
A onda de violência ainda atinge vários pontos da cidade apesar da presença dos mais de mil militares estrangeiros, a maioria da Austrália.
Esperamos em breve que a situação esteja controlada, disse, neste sábado, o primeiro-ministro de Timor Leste, Mari Alkatiri, em uma coletiva de imprensa.
Alkatiri afirmou que os atos de violência estão ligados a uma tentativa de golpe de estado, ainda de autoria desconhecida.