Portas Abertas • 4 jul 2006
O terror abalou os cristãos de Poso, província de Sulawesi Central, no sábado, 1º de julho, quando uma bomba atingiu a Igreja Pentecostal Eklesia. A barulhenta explosão, que aconteceu no meio da noite, não matou nem feriu ninguém, mas acordou os moradores dos arredores da Rua Pulau Seram, onde fica o templo.
No dia seguinte, Paul Purkowo, comandante de uma força-tarefa especial de Sulawesi, disse que a bomba era de fabricação caseira e que não continha qualquer material condutor de eletricidade e calor. "Era uma bomba vazia que causou apenas uma explosão barulhenta".
O porta-voz da polícia, M. Kilat, disse que o ataque foi obra de extremistas, cuja intenção é destruir a relativa paz verificada em Poso, onde "nada especial" aconteceu nos últimos dois anos. O policial pediu para que os moradores não respondam à provocação.
Monumento pela paz
Tudo parecia estar como sempre na cidade no dia seguinte à explosão: o trânsito e o serviço de transporte público funcionavam regularmente. Todas as comunidades cristãs foram aos cultos e missas. Maritje, que vive em Poso, disse: "As pessoas parecem estar ignorando o que aconteceu na noite de sábado e, nesse momento, cristãos e muçulmanos (que chegaram a lutar entre si) estão convivendo pacificamente".
"A relação entre cristãos e muçulmanos está melhorando e ninguém está interessado em reviver velhas tensões, nem por um instante", disse um vendedor de frutas e vegetais do mercado de Poso. Naquele mesmo domingo, o governo de Sulawesi Central inaugurou um monumento pela paz em Poso.
Na semana passada, outro episódio levantou temores de possíveis tentativas de destruir a harmonia inter-religiosa de Poso. Bakrie, de 37 anos, encontrou um grande suprimento de munição em uma oficina de motos, onde ele tinha ido consertar uma falha no sistema elétrico de seu veículo.
Em 2000 e 2001, os conflitos inter-religiosos de Poso deixaram cerca de mil mortos. Em 2001, líderes muçulmanos e cristãos assinaram um acordo de paz. A violência diminuiu, mas não acabou, uma vez que muitos assassinatos impunes ainda são cometidos esporadicamente.
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