Sede da Associação Cristã de Moços é incendiada

Portas Abertas • 13 set 2006


Atiradores palestinos atacaram e atearam fogo à sede da Associação Cristã de Moços (ACM) em Qalqiliya, uma grande cidade da Cisjordânia, controlada pelo Hamas.

Fontes do governo local identificaram os agressores como membros de grupos terroristas do Hamas e da Jihad Islâmica. Eles disseram que a identidade dos atiradores é "bem familiar" às forças de segurança de Qalqiliya, controladas pelo governo do Hamas.

Segundo reportagens, os atiradores destruíram os cadeados dos portões da ACM, e acabaram com os portões. Então eles entraram no prédio e atearam fogo. Os bombeiros foram rapidamente ao local e controlaram o fogo antes que ele se espalhasse aos prédios vizinhos. Funcionários da ACM informaram que o edifício sofreu sérios danos.

A polícia de Qalqiliya disse ter aberto uma investigação sobre o incidente e irá procurar e prender os criminosos.

Sem segurança

Uma fonte política da cidade disse à agência de notícias WND: "A identidade dos criminosos é familiar ao Hamas. Não cremos que a polícia controlada pelo Hamas, que a câmara municipal do Hamas ou que o Ministério Interior do Hamas fará qualquer coisa sobre esse ataque".

A fonte chamou o incêndio de um aviso à ACM e aos grupos cristãos nas áreas palestinas, dizendo que eles não estão seguros".

Em abril, o WND relatou que grandes organizações muçulmanas em Qalqiliya, ao lado das mesquitas locais, os muftis da cidade e os líderes municipais, enviaram uma carta ao ministro do Interior da Autoridade Palestina (AP). Na carta, eles acusavam a ACM de realizar atividades e exigia que a organização cristã fechasse suas portas e saísse da cidade - caso contrário teria que sofrer a violência muçulmana.

A AP não agiu contra a ACM, que operava na cidade desde 2000.

A petição afirmava: Nós, pregadores das mesquitas e representantes das maiores famílias de Qalqiliya, pedimos que vocês fechem os escritórios da ACM pois a população de Qalqiliya não precisa deles, especialmente porque não há muitos cristãos em nossa cidade.

A petição ainda dizia que as ações da ACM também incluíam tentativas de converter muçulmanos da cidade, o que, segundo eles "traria violência e tensão".

Três dias antes de entregarem a petição, vários coquetéis molotov foram atirados na ACM de Qalqiliya. Alguns políticos do lugar disseram que esses ataques aconteceram depois dos sermões de sexta-feira, pregados nas mesquitas de Qalqiliya. Os pregadores convocaram a comunidade a se revoltar contra a ACM.

Abuso e perseguição

A fonte disse que as mesquitas combinaram para falarem sobre a ACM. "Um imame importante, por exemplo, disse que, se a ACM não fechasse, aconteceriam coisas que ninguém gostaria de ver".

Joseph Medi, um diretor da ACM em Qalqiliya, disse ao WND que seu trabalho nunca esteve envolvido com atividades missionárias.

Não é assim que somos. Não há nenhuma atividade missionária aqui, seja qual for. A ACM está na cidade para servir a população com ajuda financeira, atividades esportivas e programas gerais de educação, disse ele.

O diretor afirmou que muitos empregados da entidade são muçulmanos. Ele disse que a ACM era um instrumento para estabelecer programas comunitários, incluindo a contribuição pra financiar o clube Al Ahli, um equipe de futebol, predominantemente muçulmana, que compete em torneios nacionais.

Joseph disse que a ACM de Qalqiliya recebeu uma notificação final dos líderes locais, avisando a associação para fechar suas portas antes que "medidas drásticas" fossem tomadas. Nenhuma medida foi especificada.

Qalqiliya está localizada na região da Cisjordânia, mais próxima do Mar Mediterrâneo. Há entre 50 a 100 cristãos em uma população de 28.300 pessoas. O prefeito da cidade, Sheikh Waji Qawwas, é membro do Hamas, recém-saído de uma prisão israelense.


Um líder cristão, que pediu anonimato, disse que as ameaças contra a ACM de Qalqiliya são parte de uma tendência generalizada de se perseguir cristãos nas áreas palestinas.

Isso tem acontecido em toda a Cisjordânia e em Gaza", disse o líder.

Têm crescido o número de relatos de abuso e perseguição em diversas cidades da Cisjordânia.

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