Portas Abertas • 26 dez 2006
O arcebispo de Canterbury acusou o governo britânico de, através de suas ações no Iraque, colocar em perigo os cristãos do Oriente Médio. Rowan Williams, primaz da Igreja Anglicana, disse que o número de ataque aos cristãos tem aumentado.
Ele está visitando a região juntamente com o líder da Igreja Católica na Inglaterra e País de Gales, cardeal Cormac Murphy OConnor.
O governo diz que sua política no Iraque não é a causa de tais ataques.
"São os extremistas intolerantes que infligem a dor e o sofrimento ao Iraque e a outras partes do Oriente Médio", disse um porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores. "Temos feito o melhor possível para apoiar o povo iraquiano".
Rowan Williams disse a um programa de rádio da BBC que "não há dúvida" de que a vida para os cristãos no Iraque se tornou mais difícil desde a invasão.
"O que temos visto no último ano no Iraque são ataques a sacerdotes cristãos, o assassinato de alguns clérigos cristãos, e a debandada em massa dos cristãos do país", disse ele. "A situação piorou desde a queda de Saddam."
Esses comentários sucederam o que ele tinha dito ao jornal "The Times", afirmando que os governos ignoraram os avisos de que os cristãos da região "seriam vistos como partidários da cruzada do ocidente".
No artigo escrito em Belém, o arcebispo diz que entre os resultados dessa política está o encolhimento da população cristã no Iraque.
Ele escreveu que, apesar dos avisos freqüentes antes da guerra do Iraque, o governo não adotou uma estratégia para proteger a minoria cristã na região.
"Orem pela cidade"
Rowan Williams pediu aos leitores de seu artigo que "orem pela pequena cidade de Belém"
Ele disse ao programa de rádio que, apesar da "tradicional co-existência" em Belém, agora havia "sinais de um sentimento anticristão por parte dos muçulmanos locais".
Suas palavras repetiram as observações feitas ao jornal, quando ele disse que a migração da população cristã de países onde, em tempos passados, havia uma existência amigável com a maioria muçulmana,"reforça o mito no ocidente e no oriente - de que o islã não pode conviver com outras religiões".
O arcebispo escreveu que os cristãos não estão sendo perseguidos pelos governos muçulmanos.
Enquanto isso, o cardeal Murphy OConnor disse que os dois estavam em Belém num "ato de solidariedade".
"Estamos aqui para expressar nosso desejo de paz nessa terra de conflitos", disse ele. "Nossa presença aqui não é apenas simbólica."
Os dois religiosos afirmaram que tinham a intenção de destacar como as medidas de segurança de Israel eram danosas à cidade.
Eles viajaram em companhia do bispo Nathan Hovahannisian, da Igreja Armênia da Grã-Bretanha, e do reverendo David Coffey, das Igrejas Livres, em uma visita de quatro dias à Terra Santa.
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