Portas Abertas • 7 jul 2007
Termina hoje a Conferência Episcopal da Venezuela – que entre outros pontos se propôs a analisar o modelo do "socialismo do século 21", implantado pelo presidente Hugo Chávez e alvo freqüente de críticas de alguns religiosos.
"Queremos fazer nossa reflexão partindo do patrimônio da doutrina social da Igreja e do evangelho de Jesus Cristo, e da grande experiência que a Igreja tem, por ter convivido com outros regimes socialistas e comunistas que muito nos perseguiram. Evidentemente, isso nos permite fazer uso dessa herança e falar com mais autoridade moral", declarou o presidente da Conferência, Ubaldo Santana.
O prelado deu a entender que, em sua análise, as características e objetivos do "socialismo do século 21" não estão de todo claros.
"Como já é costume, dedicaremos algumas sessões e faremos uma reflexão detida a respeito da situação atual de nosso país e os desafios advindos da implantação do modelo denominado socialismo do século 21. Debateremos também o projeto, que não conhecemos, de reforma constitucional", disse o presidente da Conferência.
Santana informou que os bispos devem debater alguns pontos da reforma constitucional na Venezuela, como os que prevêem alterações no conceito de propriedade privada, na educação e na reeleição presidencial, entre outros temas. E acrescentou que, na análise, dedicarão atenção especial ao "nosso ministério episcopal e à vida da Igreja".
Recentemente, Hugo Chávez sugeriu aos líderes católicos e evangélicos que lessem as obras de Marx e Lênin se têm dúvidas sobre o que se significa o socialismo que está sendo concebido.