Portas Abertas • 17 jul 2007
A Suprema Corte do Egito cancelou um julgamento prévio que negava a cidadãos coptas o direito a reaver o registro de cristãos em suas carteiras de identidade, ordenando que ocorra um segundo julgamento para reavaliar o caso bastante controverso.
Os 45 coptas que levaram a questão à corte comemoraram a decisão com entusiasmo, declarando “a vitória dos direitos dos cidadãos”, conforme relataram fontes do semanário “Watani” ao Compass.
A corte se baseou na opinião do Comissariado Estadual, para o qual a lei civil egípcia não faz referência a ridda (abandono do islã), o que é punida apenas pela lei islâmica.
Cercada por um forte aparato de segurança, a audiência de apelação final foi pontuada por uma acalorada discussão entre os advogados e cantos raivosos de extremistas que lotavam a sala.
Quando o advogado de defesa Naguib Gabriel declarou que o Egito deveria ser um Estado civil e não um Estado islâmico, a platéia gritou: Islâmico! Islâmico! O Egito é um Estado islâmico!
Na tarde anterior ao veredicto, Naguib apareceu no programa de entrevistas “Al-Ashira Misa’an” no canal de TV via satélite “Dream”.
De acordo com o artigo 2 da Constituição Egípcia, que declara o islã como religião do Estado e a lei islâmica como a fonte principal da legislação, Naguib disse que essa cláusula é como uma “espada voltada para o pescoço dos cristãos”.
Entre os advogados da equipe de defesa dos coptas estão Mamdouh Ramzi, Ramses el-e Mamdouh Nakhla.
Quando o advogado do governo Mansour Abdel-Ghaffar declarou à corte que os convertidos do islã que queriam voltar ao status de cristão eram “manipuladores da religião”, o advogado de defesa Mamdouh Ramzi lembrou que os versos do Alcorão declaram que ”não há imposição no islã”.
Ramzi e Nakhla enfatizaram a “tremenda discriminação” a respeito da conversão religiosa.
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