Líder religioso desmente que muçulmanos possam renunciar ao islã

Portas Abertas • 29 jul 2007


O Dar al-Iftaa, o organismo dirigido pelo Mufti do Egito, xeque Ali Gomaa, desmentiu na terça-feira (dia 24) que a mais alta autoridade religiosa do país tenha decretado que os muçulmanos estejam livres para mudar de religião.

Esta proposição "não foi pronunciada pelo mufti", afirmou o Dar al-Iftaa em um comunicado publicado pela agência de notícias egípcia "Mena".

Uma declaração do mufti, tirada de uma contribuição que o líder dava para um fórum do " Washington Post-Newsweek " e reproduzida na imprensa egípcia afirmava que os muçulmanos eram livres de mudar de religião.

Declaração polêmica

"A questão essencial que nos é colocada é: um muçulmano pode escolher uma religião diferente do islã? A resposta é sim", escreveu o grande mufti do Egito, Ali Gomaa, segundo o fórum.

Esta declaração teve sérias conseqüências no Egito. Neste país, os coptas representam de 6 a 10% dos 76 milhões de habitantes e constituem a maior comunidade cristã do Oriente Médio.

"O ato de abandonar sua religião é um pecado punível por Deus no dia do juízo final. No caso de alguém que tenha rejeitado a sua fé, nenhum castigo está previsto no mundo aqui de baixo", continuou ele. O líder, no entanto, alertou para as conversões que viriam a minar os "fundamentos da sociedade". 

Condenação ao proselitismo

Na maioria dos países muçulmanos, as pessoas que se convertem a uma outra religião são consideradas apóstatas e podem ser condenadas à pena de morte.

As tentativas dos muçulmanos no Egito de se converterem a outra religião esbarram na recusa do Estado em modificar os documentos de identidade onde está discriminada a religião (leia mais).

"Apesar de não ser um crime no Egito, estas pessoas são presas pela lei de urgência ou são levadas à justiça por ultraje à religião caso queiram se converter", explicou Hossam Bahgat, membro da iniciativa egípcia pelos direitos individuais.

"Este fatwa é significativa, especialmente vindo de Gomaa", acrescentou ele. "Desde 2004, há muitos processos envolvendo cristãos que se converteram ao Islã e querem voltar ao Cristianismo", prosseguiu.

Bahgat, cuja organização a qual preside é responsável pela defesa de 12 coptas convertidos ao islã que querem voltar ao cristianismo, acrescentou que Gomaa, em suas fatwas anteriores, considerava a apostasia como uma ameaça à ordem pública.

Pena de morte

A mudança de credo é uma questão espinhosa no mundo muçulmano. Para os mais extremistas, os convertidos merecem a morte.

"O castigo por apostasia é controverso. Nenhum texto do Alcorão o menciona", afirmou o vice-presidente do Alto Tribunal administrativo, o juiz Ahmed Mekky.

Por outro lado, os textos que evocam os casos de conversão do islã defendem a execução dos infiéis por traição, um crime mais político do que religioso.

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