Portas Abertas • 30 jul 2007
Os talibãs anunciaram nesta segunda-feira a execução a tiros de um dos 22 sul-coreanos evangélicos seqüestrados no Afeganistão desde o dia 19 de julho. Trata-se do segundo refém executado (leia mais) desde que membros da Comunidade de Saemmul, foram capturados pelos extremistas.
"Demos vários ultimatos que acabaram sendo ignorados pelo governo afegão", disse o porta-voz do Talibã Yusuf Ahmadi à France Presse. "Esta noite, às 20h30 (4h30 horário de Brasília) matamos o coreano Sung Sin com disparos de fuzil AK-47", acrescentou.
Anteriormente, o governador da Província de Ghazni, Marajudin Pathan, havia afirmado que os talibãs concordaram em estender o prazo para permitir mais tempo para as negociações até quarta-feira (dia 1).
Olho por olho
O presidente afegão, Hamid Karzai, apelou para as tradições de hospitalidade e cavalheirismo do país para pedir a libertação das 18 mulheres do grupo de reféns, mas não obteve sucesso.
Em seus primeiros comentários sobre o seqüestro, Karzai criticou o Talibã por levar "hóspedes estrangeiros", especialmente mulheres, o que seria contrário aos princípios do islã. "A prática deste ato hediondo em nosso solo é uma subversão total de nossos valores islâmicos e afegãos", disse.
O porta-voz do Talibã, no entanto, invocou o princípio de "olho por olho", afirmando que militares do Ocidente mantêm mulheres afegãs presas em bases em Bagram e Candahar, e que por isso o grupo pode fazer o mesmo.
O Talibã pede a libertação de 23 prisioneiros do grupo em prisões afegãs em troca da soltura dos reféns e afirma que eles serão mortos caso o governo em Cabul não atenda à exigência.
Segundo a rede de TV americana “CNN”, o governo afegão rejeitou a possibilidade de libertar guerrilheiros talibãs em troca dos reféns.