Pastor que saiu de Gaza recebe ameaça nos EUA

Portas Abertas • 23 nov 2007


Um pastor de West Bank, na Faixa de Gaza (Palestina), que fugiu recentemente para os Estados Unidos, passou esta semana por novas ameaças de violência e está se sentindo inseguro em território norte-americano.

Um funcionário de segurança palestino disse ao pastor Isa Baajalia, que ele continua sendo considerado um perigo, independentemente de estar nos EUA ou em Ramallah.

"Este homem que falou comigo tem parentes nos EUA, não sei até onde eles podem chegar na procura por mim. Mas em agosto me disseram: "nós vamos quebrar seus braços e pernas quando o capturarmos, sabemos exatamente onde fica o seu negócio e onde seus irmãos trabalham"", contou o pastor ameaçado ao Compass.

Isa Baajalia, de 47 anos, nasceu nos EUA, mas foi para Ramallah , terra natal de seus pais, em 1991, para proporcionar ajuda humanitária e conforto aos árabes palestinos, bem como a expansão do Evangelho.

"Eu sei que eles têm contatos aqui nos EUA e estou levando esta ameaça tão a sério como a que recebi quando estava em Ramallah", disse o pastor. Leia mais sobre o caso aqui.

Perigo em Gaza

Ele conta que só começou a se preocupar com as ameaças após o assassinato do gerente da livraria da Sociedade Bíblica Palestina em 7 de outubro (leia mais), que recebia ameaças semelhantes.

Baajalia contou que um funcionário de segurança do Fatah, Nader Dahoud Abu Dahoud, da milícia tanzim, exigiu US$ 30 mil e a doação de uma propriedade que o pastor herdou recentemente. Ele disse que Dahoud tinha objeções às visitas cristãs que ele trazia dos EUA para orar pelos muçulmanos em Ramallah.

Em uma entrevista por telefone, de Ramallah, Dahoud negou as ameaças e disse que buscava apenas o reembolso do dinheiro que dera a Bajalia pela propriedade do pastor. O funcionário de segurança disse que Isa Baajalia teria se negado a assinar o documento de transferência. O pastor diz que nunca concordou em vender a propriedade a Dahoud.

Título de propriedade

Isa Bajaalia disse que quando anunciou a venda da terra herdada do avô dele, Dahoud, que trabalha meio período em um escritório de bens imóveis com Abdullah Kustandi Abu Bishara, começou a planejar com Kustandi a retirada da propriedade dele.

"A última coisa que eles disseram foi: "Você vai assinar a transferência desta terra para o meu nome e vai me pagar US$ 30 mil’".

Isa Baajalia disse que depois desta ameaça, ouviu outros relatos de muçulmanos palestinos que forçam os cristãos a renunciarem a seus títulos de propriedade.

Ele contou que Dahoud não poderia ter feito a ameaça sem a aprovação de líderes do Tanzim, uma facção militante do movimento Fatah que recrutou bombardeiros suicidas de mulheres.

Quando Dahoud foi ao encontro dele, usava um uniforme cáqui da milícia e portava uma arma. Sabe-se que ninguém pode se vestir desta forma sem ordem expressa da liderança Tanzim.

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