Portas Abertas • 4 mar 2008
O pastor Hugh Johnson, de 74 anos, ex-representante da igreja protestante no país, recebeu uma ordem de expulsão para deixar a Argélia até o dia 11 de março. Ele vive no país há 45 anos e corre o risco de ser deportado. Nenhuma explicação foi dada ao pastor, mas ele está convencido de que "a expulsão está relacionada com a atividade desempenhada por ele na Argélia e com a intensa campanha promovida pelas autoridades contra a evangelização".
A Mídia argelina, monitorada pela BosNewsLife, trouxe informações do Ministério para Assuntos Religiosos dando conta de que a decisão de expulsar o pastor foi feita depois que ele trouxe uma cópia do Novo Testamento ao país, sem permissão.
“O aviso de deportação é o último de uma série de incidentes que envolveram autoridades contra os cristãos por causa de suas atividades evangelísticas ou outras atividades missionárias”, afirmou o arcebispo católico da Argélia, Henri Teissier, em um comentário público.
Ele disse que o padre francês Pierre Wallez recebeu ma sentença de um ano de prisão, no mês passado, por rezar com cristãos na Argélia ocidental em um lugar não autorizado para a adoração religiosa. E informou que a igreja vai apelar da decisão.
Católicos pedem por líder protestante
Os bispos da Argélia dirigiram um apelo ao ministro dos Assuntos Religiosos, Boubdallah Ghlamallah, para que seja anulada a expulsão do pastor Hugh Johnson.
"Entregamos ao ministro uma carta para denunciar as dificuldades que a Igreja Católica está enfrentando há alguns meses e para pedir a anulação da ordem entregue três dias atrás ao pastor Hugh Johnson", explicou o arcebispo de Argel, Dom Henri Teissier. O documento foi assinado por ele e por mais quatro prelados.
Em 2006, a Argélia aprovou uma nova lei que diz que qualquer um que "tentar levar um muçulmano a abraçar outra religião", pode ser condenado à prisão no período de dois a cinco anos ou receber multa.
Há algumas semanas vem ocorrendo um debate na mídia sobre o risco da evangelização cristã, apesar de existirem somente 11 mil cristãos, num país com 33 milhões de habitantes.
Além disso, cristãos dedicados estão sob forte opressão em Kabylia, uma região cultural no norte da Argélia, onde muitos foram presos e demitidos de seus empregos, segundo relatos obtidos pela Portas Abertas.
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