O corrupto Vladimiro Montesinos pode ser o responsável pela prisão de

Portas Abertas • 11 nov 2003


A penúltima vez que o Peru decretou estado de emergência, Vladimiro Montesinos atuava como chefe de inteligência sob o ex-presidente Alberto Fujimori. No dia 29 de maio, Montesinos recebeu a sentença de oito anos de prisão por acusação de desfalque. Essa foi a terceira condenação para o outrora temido chefe dos espiões, que enfrenta cerca de 70 julgamentos.

O caso envolvia 25.000 dólares que Montesinos desviou dos cofres públicos e doou para o candidato a prefeito, Luis Bedoya, para sua campanha das eleições de 1998. A justiça multou Montesinos, Bedoya e um amigo num total de 571.500 dólares e ordenou que Bedoya devolvesse a contribuição ilegal de campanha.

De acordo com a Associated Press, Montesinos respondeu ao veredicto declarando que o tribunal não era qualificado para julgá-lo.

Montesinos já recebeu sentenças de prisão por assumir ilegalmente o controle da agência de inteligência do Peru e por tráfico de influência. Ele enfrenta também acusações de corrupção, tráfico de drogas, comércio de armas e dirigir um esquadrão de extermínio.

Em maio último, o promotor do estado, Luis Vargas Valdivia acusou Montesinos de tentar fazer chantagem de sua cela de prisão. De acordo com Vargas, Montesinos está tentando evitar a punição por seus crimes desestabilizando o sistema democrático do país.

Fontes no Peru que acompanham o caso de David de Vinatea, um cristão evangélico preso em 1995 por acusações de tráfico de drogas, suspeitam que Montesinos esteja usando sua rede de chantagem para frustrar os esforços para libertar De Vinatea.

Os defensores dos direitos humanos acreditam que De Vinatea, um coronel condecorado do exército peruano que impediu importantes remessas de cocaína quando estava no comando de uma base do exército na selva, é uma vítima inocente de uma esquema encoberto. Eles suspeitam que a organização criminosa ligada a Montesinos tenha planejado a prisão de De Vinatea para se protegerem da condenação.

A tensão está alta no Peru com grandes greves de trabalhadores

Além de protestos públicos e o possível ressurgimento do terrível movimento terrorista Sendero Luminoso que causou calamidade ao país durante quase 15 anos.

No dia 27 de maio, o frustrado presidente Alejandro Toledo anunciou um estado de emergência de 30 dias para lidar com a inquietação. Toledo despachou tropas, tanques e policiais para tirar das ruas os trabalhadores em greve e os lavradores dos bloqueios nas estradas. Em um incidente, noticiou a Associated Press, a polícia antichoque apontou o canhão d´água contra professores que bloqueavam a entrada do Congresso nacional.

Paciência tem limite, disse Toledo ao anunciar a repressão.

Toledo veio de origens humildes como engraxate para conseguir formar-se na prestigiosa Universidade Stanford nos Estados Unidos antes de ser eleito presidente do seu país há três anos. Ele enfrentou desafios ainda piores desde então, evidenciado por uma taxa de aprovação que mergulhou para os 14%.

Contudo, os líderes políticos e empresariais do Peru apoiaram a decisão do presidente de impor o estado de emergência. A administração não podia se sentar e observar o país despencar para o caos, disse à Associated Press Javier Ainda, presidente da Câmara de Comércio de Lima.

A medida de segurança entrega o controle interno do país ao exército e proíbe manifestações e reuniões públicas com implicações políticas. As autoridades de segurança podem entrar nas casas sem mandado judicial.

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