Tribunal turco liberta suposto agressor

Portas Abertas • 24 nov 2003


Quase um mês depois que três suspeitos foram presos por ferirem gravemente Yakup Cindilli, cristão turco que distribuía a chamada propaganda missionária, uma corte do noroeste da Turquia ordenou que um dos agressores fosse solto.

Metin Yildiran, presidente do diretório local do Partido Movimento Nacionalista (PMN), de direita, foi libertado por um grupo de juízes da Corte Criminal de Primeira Instância de Orhangazi, em 18 de novembro. De acordo com uma reportagem do jornal local Bursa Hakimiyet do dia seguinte, mil jovens ultranacionalistas lotaram o tribunal durante a audiência, irrompendo em aplausos quando foi anunciada a libertação de Yildiran.

Em sua cobertura no dia 19 de novembro da audiência, o jornal Olay descreveu a decisão de soltar Yildiran como resultado da pressão social feita sobre o tribunal.

Mas os outros suspeitos, colegas de Yildiran, Ibrahim Sekman e Huseyin Bektas, foram transferidos para a Prisão Gemlik até a próxima audiência sobre o caso, marcada para 17 de dezembro. De acordo com várias reportagens, a corte recusou libertar os outros dois suspeitos até receber um relatório oficial sobre o estado médico do cristão ferido.

Yakup Cindilli, 32, foi hospitalizado após a agressão de 23 de outubro, na qual recebeu fortes golpes na cabeça e no rosto. Ele entrou em coma no segundo dia no Hospital Estadual de Bursa, onde os médicos que o atendem descrevem seu estado atual na UTI como estabilizada mas ainda inconsciente.

Junto com o companheiro identificado como Tufan Orhan, Cindilli informou o espancamento à polícia, dando o nome de Sekman e Bektas como seus agressores.

De acordo com um artigo de 25 de outubro do jornal Kent, Yildiran fez o papel de promotor no dia seguinte à detenção de Sekman e Bektas. Em depoimento oficial, ao que se sabe, Yildiran alegou que por estar presente durante o incidente, foi impossível ignorar sua consciência quando ficou sabendo que seus dois amigos haviam sido presos.
Após a audiência, Necati Ozensoy, identificado pelo jornal como presidente provincial do PMN, declarou que os outros dois suspeitos eram inocentes. Ozensoy disse que estava além da compreensão porque o relatório médico confirmando que a vida de Cindilli não estava em perigo havia sido postergado, impedindo que a corte libertasse os outros dois jovens inocentes.

A imprensa turca não informou que Cindilli estava hospitalizado em conseqüência dos ferimentos, nem que permanecia em coma há um mês.

De família muçulmana, Cindilli, ao que se sabe, converteu-se ao cristianismo nos últimos dois anos através de contatos com o Alo Dua, um ministério de oração por telefone feito por cristãos turcos.

Apenas cinco dias antes da audiência de Orhangazi, o escritório do Alo Dua de Ancara recebeu um telefonema anônimo de um homem que disse estar falando de Orhangazi: Quero avisar vocês, disse a pessoa, porque os culpados neste caso estão livres, e os inocentes estão na cadeia. Tomem cuidado no dia da audiência de Yakup, continuou o homem, ameaçando com um grande protesto no tribunal.

No dia 21 último o médico que atende Cindilli disse que houve uma diminuta melhora diária em seu estado médico, mencionando que apesar do estado de inconsciência, ele havia pronunciado uma ou duas palavras pela primeira vez na semana passada.

De acordo com uma reportagem de 19 de novembro do jornal Kent Haber, os suspeitos disseram à corte que começaram a discutir com Cindilli e Orhan quando estes tentaram lhes dar exemplares do Novo Testamento. Nesse ponto, eles alegaram que o pé de Cindilli escorregou e ele caiu, batendo a cabeça na calçada.

Hoje o pastor da Igreja Protestante de Bursa, onde Cindilli às vezes assiste aos cultos, apelou por um dia especial de oração e jejum no dia 17 de dezembro, pedindo aos irmãos cristãos turcos que orem pela completa recuperação de Cindilli e por um julgamento justo deste caso.

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