Portas Abertas • 29 set 2008
O chefe do vilarejo de Boukham, na província de Savannakhet, requisitou uma reunião especial da comunidade para resolver o “problema” das famílias de oito cristãos que não quiseram desistir de sua fé. A reunião, no dia 19 de setembro, foi concluída com a idéia de expulsar 55 cristãos do vilarejo.
Embora todos os membros adultos do vilarejo sejam geralmente convidados para essas reuniões, nessa ocasião os cristãos foram deliberadamente excluídos, de acordo com o grupo de direitos humanos que atua no país, o Human Rights Watch for Lao Religious Freedom (HRWLRF).
O pastor Sompong Supatto, 32, e mais dois cristãos do vilarejo, Boot Chanthaleuxay, 18 e Khamvan Chanthaleuxay, da mesma idade, permanecem presos perto do distrito policial de Ad-Sapangthong.
O HRWLRF informou anteriormente que, em 3 de agosto, a polícia colocara algemas em suas mãos e seus pés, o que causou dormência e infecção devido à deficiência da circulação do sangue. Autoridades disseram que os três serão soltos somente se renunciarem a sua fé.
Pressão para abandonar Cristo
Quando os familiares viajaram para visitar os detentos no dia 24 de agosto, oficiais da polícia os reprimiram e disseram-lhes que isso era conseqüência pelo fato dos prisioneiros não terem renunciado sua fé.
No dia 25 de agosto, o chefe da vila motivou os membros da família a pedir a fiança dos dois adolescentes, mas disse que Supatto não se qualificava para a fiança, como punição por liderar a igreja de Boukham e que ele passaria a sua “vida” na prisão.
Três dias mais tarde, o chefe novamente pressionou os parentes para que assinassem documentos que os fizessem renunciar a sua fé, mas eles negaram.
Autoridades inicialmente prenderam Supatto e quarto outros cristãos da igreja de Boukham no dia 20 de julho, deixando-os por dois dias em uma prisão próxima de Dong Haen, de acordo com as fontes de HRWLRF.
A polícia entrou enfurecida na igreja aquele domingo e ordenou que todos parassem de louvar a Deus ou seriam presos por “acreditarem e louvarem a Deus”.
Quando os cristãos se negaram a colaborar atestando que o domingo era o dia santo cristão e que deveriam continuar o culto, a polícia prendeu Supatto e outros dois líderes da igreja, identificados como Kai e Phuphet.
Quando os cristãos continuaram adorando, a polícia prendeu um homem identificado como Sisompu e uma garota de 17 anos identificada como Kunkham. Eles prenderam os cinco na prisão de Dong Haen e os culparam por espalharem as boas novas e por manterem um encontro religioso sem permissão.
Embora a Constituição do Laos “garanta” liberdade religiosa e de culto, as igrejas devem estar registrados nas respectivas agências do governo. Tal registro resulta em limitações na atividade da igreja, por isso, muitos cristãos preferem não se registrar.
No dia 22 de julho, três cristãos abordaram o oficial de assuntos religiosos de Savannakhet opondo-se às prisões, questionado como as cinco pessoas poderiam ser acusadas de “espalhar o evangelho” durante um culto.
Então os oficiais soltaram os cinco sob a condição de que parassem os cultos. Ordenaram que procurassem permissão das autoridades do vilarejo se quisessem continuar realizando as reuniões.
Quando os cristãos continuaram a se reunir para louvar e orar a Deus, no dia 2 de agosto, a polícia prendeu uma cristã do vilarejo identificada como Menoy, acusando-a de “acreditar em Jesus e adorar a Deus”.
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