Ex-presidente do Peru é condenado a 25 anos de prisão

Portas Abertas • 13 abr 2009


O ex-presidente do Peru Alberto Fujimori, de 70 anos, foi condenado nesta terça-feira a 25 anos de prisão pelas mortes de 25 pessoas e por sequestros durante o seu governo (1990-2000). Ele é o primeiro líder eleito democraticamente na América do Sul a ser condenado por abusos dos direitos humanos.

Após um julgamento que durou mais de um ano, Fujimori foi considerado o autor intelectual das matanças de Barrios Altos, em 1991, que deixaram 15 mortos, entre eles uma criança de 8 anos. O Grupo Colina, um comando militar que operou no país durante o seu governo, cometeu os assassinatos como parte de uma operação contra supostos extremistas.

O ex-presidente também foi considerado culpado pelos assassinatos ocorridos em La Cantuta, região serrana próxima a Lima. Em 1992, nove estudantes e um professor da Universidade Nacional Enrique Guzmán y Valle foram sequestrados e mortos.

Fujimori foi ainda considerado responsável pelos sequestros do jornalista Gustavo Gorriti e do empresário Samuel Dyer, mantidos reféns no porão do Serviço de Inteligência do Exército.

Fujimori, que já está há dois anos detido em Lima, ficará na prisão até 2032.

Popularidade

Durante o julgamento, que começou em dez de dezembro de 2007, foram realizadas 160 audiências e ouvidos os depoimentos de 90 testemunhas.

O ex-presidente negou todas as acusações feitas contra ele e disse considerar o julgamento um paradoxo. "Quem livrou o Peru do terrorismo e da instabilidade está no banco dos réus", disse.

O ex-presidente continuará a enfrentar a Justiça. O próximo processo a ser julgado contra ele será por haver entregue US$ 15 milhões a Vladimiro Montesinos, chefe do Serviço de Inteligência durante seu governo.

Apesar da condenação, Fujimori ainda tem milhares de seguidores no Peru.

Os simpatizantes do ex-presidente alegam que durante o seu governo, ele deu um novo rumo à economia do país e derrotou os principais grupos extremistas, como o Sendero Luminoso e o Movimento Revolucionário Tupac Amaru (MRTA).

Fuga para o Japão

Fujimori foi eleito presidente do Peru em 1990, depois de enfrentar nas urnas o escritor Mario Vargas Llosa. No fim dos anos 80, o país sofria com a violência política e com a hiperinflação, herança do primeiro governo do atual presidente, Alan García.

Ameaçado pelo Sendero Luminoso e pelo MRTA, Fujimori uma ofensiva contra grupos subversivos no país.

Como resultado, praticamente deixaram de ser registrados incidentes extremistas no país. O líder do Sendero Luminoso, Abimael Guzmán, está preso até hoje.

Entretanto, durante essa ofensiva movida por Fujimori, 70 mil pessoas perderam a vida - muitas delas inocentes.

Em 2000, foram descobertos dezenas de vídeos com os subornos realizados por Vladimiro Montesinos - braço direito de Fujimori -, a políticos e empresários. Diante do escândalo, Fujimori fugiu para o Japão, de onde enviou uma carta de renúncia.

Em 2005, ao viajar ao Chile, foi detido e dois anos depois extraditado ao Peru, onde está preso desde 2007.

Para o analista político Mario Cortijo, crítico do governo de Fujimori, esta sentença constitui um marco histórico para o país. "Com a decisão de hoje, fechamos um círculo na política peruana. Muitas pessoas que participaram do governo de Fujimori, como Montesinos, já estão presas e condenadas. E agora, foi a vez do ex-presidente".

Entre os inocentes presos, estavam muitos cristãos. Por esse motivo, a comunidade cristã internacional apoiou a condenação de Fujimori. Para saber mais sobre as prisões no Peru, pesquise as notícias publicadas em nosso site sobre o país.

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