Em eleições, candidato afirma querer um país mais justo

Portas Abertas • 27 abr 2009


Resultados preliminares no Equador indicam que o presidente Rafael Correa está a caminho de se tornar o primeiro mandatário eleito no primeiro turno nos últimos 30 anos no país.

Com 70, 36% das urnas apuradas, Correa obteve 51,72%, seguido do ex-presidente Lucio Gutierrez, com 27,98%, e do empresário Alvaro Noboa, com 11,61%, segundo dados do Conselho Nacional Eleitoral.

Se o resultado for confirmado, o mandatário equatoriano poderá se candidatar ainda a uma outra reeleição, em 2013, conforme prevê a nova Constituição.

Seria, também, a quinta vitória nas urnas do governo, desde que Correa chegou à Presidência do país andino, há dois anos. A eleição de domingo tinha sido determinada pela nova Constituição, aprovada em referendo em outubro do ano passado.

Mudanças

Se o partido de Correa conseguir a maioria das 124 cadeiras do novo Parlamento, ele deve tentar consolidar as mudanças previstas pela nova Constituição nos setores público e privado, na Justiça, nos meios de comunicação e na regionalização do país.

Ao declarar-se vencedor, Correa disse que os equatorianos "fizeram história" ao reeleger o presidente ainda no primeiro turno, depois de uma década de instabilidade política no país.

"Essa revolução está em marcha e nada nem ninguém a deterá (...) Hoje se ganha em primeiro turno, é algo inédito, um fato histórico", afirmou Correa minutos depois do anúncio dos resultados das primeiras pesquisas de boca-de-urna.

Defensor do "socialismo do século 21", a base de apoio de Correa provém de diferentes classes sociais, diferente do que acontece na Bolívia e Venezuela, cuja base fundamental de apoio são os pobres.

Correa disse que está aberto ao diálogo com seus adversários, "mas com aqueles que busquem o bem do país". "Convidamos a todos a fazer acordos políticos pragmáticos",afirmou.

Desafios

Crítico do neoliberalismo, Correa denunciou durante a campanha que seus adversários foram os responsáveis pela aplicação da abertura comercial e da desregulação estatal que incrementou a miséria e ocasionou a imigração de pelo menos 3 milhões de equatorianos.

No novo mandato, Correa tende a manter firme as novas regras de exploração petrolífera que obriga as transnacionais do ramo a repassarem ao governo equatoriano 99% dos lucros acima de um valor pré-determinado em contrato. A legislação anterior previa o repasse de 50% dos lucros.

As principais dificuldades que o governo enfrentará, porém, serão de origem externa. Com a crise financeira internacional despencou o ingresso proveniente dos dois principais motores da economia: o petróleo, responsável por 42% da receita nacional e as remessas dos imigrantes equatorianos no exterior, estimado em 1,5 milhão de pessoas.

De acordo dados do Observatório de Política Fiscal o envio de dinheiro dos imigrantes poderá sofrer uma redução neste ano de até 30% com relação a 2008, o equivalente a cerca de US0 milhões (R$ 1,5 bi).

Analistas ouvidos pela BBC Brasil advertem que a escassez de recursos pode afetar a popularidade de Correa e abrir o caminho para a rearticulação da fragmentada oposição.

"Os problemas que o país pode enfrentar em consequência da crise podem fazer com que a direita se junte em um bloco contra o governo", afirmou Milton Benitez, professor de Ciências Políticas da Universidade Católica do Equador.

Correa, por sua vez, disse que apesar da crise o gasto social continuará tendo prioridade em seu governo e, se preciso for, deixará de pagar a dívida externa para cobrir a receita interna.

"Estamos aqui pelos pobres, que ninguém tenha dúvida, nosso compromisso é erradicar a miséria, fazer um país mais justo e equitativo", disse o mandatário em Quito.

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