"Ainda amo Jesus. Mas não posso demonstrar"

Portas Abertas • 7 mai 2010


Lola e Alfia moram na mesma rua em um vilarejo da Ásia Central. A maior parte da vila é muçulmana, embora muitas pessoas não sejam praticantes.

Lola contou que, um dia, correu a notícia no vilarejo de que algumas pessoas se distanciaram da tradição e começaram a adorar o deus russo (ou seja, se tornaram cristãs).  O pensamento corrente era: “Claro que eles tinham recebido dinheiro dos estrangeiros! Por que então uma pessoa poderia querer o cristianismo?”

Alfia, sua vizinha, ficou sabendo da fofoca e ficou curiosa. Ela foi à casa de Lola para tomar chá e começou a fazer perguntas.

Lola conta: “Imagine a surpresa que ela teve quando soube que eu e toda a minha família tínhamos nos convertidos também. Ela tinha muitas perguntas e eu tentava respondê-las da melhor maneira que podia. Uma grande amizade começou entre nós. Assistimos juntas ao filme Jesus, lemos o Novo Testamento e oramos. Uma vez o pastor veio visitar minha família e Alfia também veio. Naquela tarde ela entregou sua vida para o Senhor Jesus. Ela estava com muita vontade de aprender mais, então ela com frequência vinha para minha casa e a de outros cristãos”.

Desconfiança em casa

Depois de um tempo, no entanto, o marido dela ficou desconfiado e quis saber o que Alfia estava fazendo. Ele revirou a casa e encontrou a Bíblia e os materiais de estudo bíblico da esposa.

Ele ficou furioso e confrontou Alfia, proibindo-a de ter qualquer contato com cristãos. Ele queimou a Bíblia e os livros de estudo, trancou Alfia em própria casa, deixando-a isolada de qualquer contato com o mundo exterior.

Depois de um tempo, ele permitiu que Alfia saísse de casa, mas controlava cada passo que ela desse. Ficou praticamente impossível para ela ter qualquer contato com os cristãos. Ela não ousava mais visitar a casa de Lola, por temer as consequências.

Os parentes do marido de Alfia ficaram preocupados com a reputação da família, e a irmã do marido foi ao mulá para discutir a situação. Ele decidiu confrontar Alfia em público e convocou o vilarejo para uma reunião.

Alfia teve que ficar em meio a todos e, ao ser interrogada, responder muitas perguntas. Havia hostilidade no ar. Os parentes de Alfia estavam contra ela, seu marido fazia pressão, o mulá a pressionava para renunciar a sua fé. Tudo era muito pesado para ela. O que aconteceria se ela decidisse manter a sua fé publicamente? Ela apanharia mais ainda do seu marido? Ele se divorciaria dela? Ele a mataria? Ela seria expulsa de casa? Como ela sobreviveria como uma rejeitada? Se ela perdesse tudo e todos, quem tomaria conta dela?

Várias e várias vezes as perguntas bombardeavam Alfia. Várias vezes o mulá a pressionou para abandonar o cristianismo e voltar ao islã. Ela, por fim, cedeu à pressão e tornou-se muçulmana novamente.

Mas ainda amo Jesus

Lola conta: “Quase não vi Alfia depois disso. Eu sei que ela sofre com a decisão de negar a Jesus. Ela o ama com todo seu coração, mas teme profundamente as consequências de professar sua fé publicamente. Eu sei que ela ainda ora muito; ela também ora por nós cristãos daqui do vilarejo”.

Por conta da pressão de familiares e amigos, recém-convertidos ao cristianismo abandonam Jesus. Treinar e discipular essas pessoas é uma forma de ajudá-las a resistir ao assédio e perseverem fiéis em Cristo.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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