Portas Abertas • 3 jun 2010
Abdus Samad reúne os jovens de seu vilarejo em Nilphamari, norte de Bangladesh. Furioso, Samad fala: “Um cristão está vindo para cá, para converter as pessoas. Não podemos permitir que ele faça isso! Colham o máximo de varas de bambu que puderem. Vamos usá-los como armas”, ele disse.
O tal dia chegou. Quando Samad soube onde o cristão estava, ele correu até e ficou surpreso ao ver seu tio e seu sobrinho entre a multidão. “Por que eles estão mergulhando na água?”, questionou ele.
A cena deveria ter enfurecido Samad. No entanto, ele ficou curioso. Ele queria saber por que as pessoas estavam mergulhando e sobre o que o cristianismo falava. Enquanto Samad pensava, seu tio veio em sua direção para cumprimentá-lo. Eles conversaram sobre Samad conhecer o cristão, que era pastor.
Samad concordou. Ele esperou até que a cerimônia acabasse. Quando se aproximou, os cristãos – que pensaram que Samad iria machucar o pastor – o barraram.
“Ele não pode ver você agora. Está descansando”, disseram. “Mas eu só queria conversar com ele sobre o cristianismo e sobre esses mergulhos”, respondeu Samad.
De outra sala, o pastor ouviu a conversa e advertiu as pessoas a deixar Samad entrar. Depois de se cumprimentarem, Samad despejou suas dúvidas, enquanto o pastor respondia a cada uma delas com muita calma. A ausência de medo nos olhos do pastor impressionou muito os muçulmanos.
Após sua conversa com o pastor, Samad ficou pensando muito. O cristão disse que Jesus era o único caminho para o céu. “Eu tenho apenas que crer e aceitá-lo como meu Salvador?”, Samad pensou. Ele estava confuso por que o cristianismo parecia muito fácil. Mas o pastor falava com confiança e convicção.
O pastor não tinha medo de Samad, que havia planejado agredi-lo com bambus alguns dias antes. Em seu coração, Samad queria saber o que o cristão possuía, e se decidiu em seu próximo passo: “Quero mergulhar na água também”.
Samad fez uma oração de salvação e foi batizado em 2007. Antes de perceber, Samad estava mergulhando nas profundas águas da perseguição também. As notícias sobre sua conversão se espalharam em todo o vilarejo, e o líder muçulmano local foi o primeiro a pressionar Samad a voltar para o islamismo – e com dinheiro.
O ex-muçulmano foi excluído da sociedade. Seu negócio foi fechado, e sua família começou a passar fome. Durante uma reunião no vilarejo para decidir o futuro de Samad, um dos líderes questionaram se ele recebia dinheiro de homens brancos. Samad respondeu: “Não. Eu só recebi a vida eterna através de Jesus Cristo. É por causa disso que eu me tornei cristão”.
Quando Samad percebeu que o líder do vilarejo estava ouvindo, ele começou a repetir tudo o que ouvira do pastor, sem saber que estava citando a Bíblia. Ele não tinha lido a Palavra, pois não sabia.
Depois da reunião, Samad pode abrir seu negócio novamente. “Contanto que você não converta as pessoas ao cristianismo”, alertou o líder. Quando tudo se acalmou para Samad, ele ficou mais firme em sua caminhada com Cristo e entrou para uma igreja no vilarejo.
“Os clientes começaram a voltar. Finalmente há paz em nossa casa. Minha esposa cozinha para meu restaurante. Quando juntar mais dinheiro, vou expandir meu negócio e contratar dois ou três funcionários, para que minha esposa possa passar mais tempo com as crianças.
Samad é um dos beneficiários do projeto de microcrédito da Portas Abertas. Ele também participou das aulas de alfabetização da Portas Abertas em 2009, e agora consegue ler a Bíblia e cantar com o hinário.
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