Autoridades nigerianas detêm patrocinador de militantes muçulmanos

Portas Abertas • 17 mar 2004


Os agentes de segurança do governo informaram a detenção de um empresário sudanês muçulmano que chefia uma entidade de caridade com base na Arábia Saudita ligado ao financiamento de ataques sangrentos a cristãos na Nigéria. 

O xeque Muhiddeen Abdullahi, diretor da Fundação Al-Muntada Al-Islami, foi detido no dia 20 de fevereiro na cidade de Kano, nordeste da Nigéria, aguardando investigações em sua organização e atividades, mas foi solto 10 dias depois.

Um oficial do Serviço de Segurança do Estado disse a Portas Abertas que o xeque Abdullahi foi detido depois da descoberta de transações financeiras envolvendo milhões de dólares entre ele e um clérigo islâmico fundamentalista, Alhaji Sharu, em Kano.

Em dezembro de 2003, um grupo de fundamentalistas islâmicos auto-intitulados Talibãs da Nigéria declararam uma parte do país uma república islâmica e dispararam ataques sobre comunidades cristãs.

O grupo militante islâmico teve uma série de combates com a polícia e unidades do exército. As agências de segurança subjugaram o grupo após duas semanas de batalhas que deixaram dois policiais e vários militantes mortos, e milhares de pessoas desalojadas das comunidades cristãs feito alvos pelos fundamentalistas.

Os agentes de segurança detiveram 47 militantes. Um deles, o clérigo muçulmano Alhaji Sharu, fez uma confissão expondo as atividades da instituição de caridade chefiada por Abdullahi.

Sabe-se que Sharu revelou que ele agia como intermediário entre grupos fundamentalistas islâmicos no país e a Fundação Al-Muntada Al-Islami, uma instituição de caridade fundada por muçulmanos sauditas ricos que mantém escritórios na Inglaterra.

Fundos de caridade foram mandados para financiar a violência religiosa na Nigéria, de acordo com Sharu. Além disso, a fundação vinha propagando a seita Wahhabi do islamismo. O regime Talibã e Osama bin Laden expulsos do Afeganistão são adeptos do islamismo wahhabi.

A libertação de Abdullahi desencadeou um protesto em massa por mais de 5.000 muçulmanos Sufi da cidade de Kano, pedindo o imediato fechamento dos escritórios da Fundação Al-Muntada Al-Islami.

Os manifestantes gritavam: Allahu Akbar, Allahu Akbar (Alá é grande) enquanto marchavam para a assembléia do Estado. Eles exigiam que a seita muçulmana wahhabi fosse banida do país.

Por uma questão de urgência, o governo do Estado deveria fechar o escritório da Al-Muntada Al-Islami devido suas atividades que têm resultado em inquietação religiosa na Nigéria, disse Abduljabbar Nasiru Kabara, porta-voz dos muçulmanos Sufi Qadiriyya, aos jornalistas durante a marcha de protesto.

A exemplo dos manifestantes, a maioria dos muçulmanos da Nigéria professam a tradição Sufi Qadiriyya do islamismo.

Nós acreditamos no uso de armas como meio de propagar o islamismo e não encorajamos a militância, disse Abdullahi a representantes da imprensa sobre sua libertação da custódia policial. O nosso objetivo é a propagação do islamismo através da educação.

A detenção de Abdullahi aconteceu exatamente um mês depois do governo nigeriano ter anunciado que um diplomata iraniano fora detido no dia 23 de janeiro por espionar uma igreja e edifícios do governo na capital nigeriana de Abuja.

O suspeito foi encontrado com uma câmera digital, tirando fotos de lugares sensíveis, disse o Inspetor Geral de Polícia, Alhaji Tafa Balogun, numa entrevista à imprensa no dia 3 de fevereiro em Abuja.

O chefe de polícia listou como locais sensíveis o Centro Ecumênico Nacional, igrejas cristãs, uma vila presidencial, quartéis da defesa, a Embaixada de Israel, do Reino Unido e dos Estados Unidos. O inspetor Balogun recusou-se a informar a identidade do diplomata iraniano.

A Sra. Oluremi Ayo, conselheira especial de imprensa do presidente nigeriano, Olusegun Obasanjo, disse a Portas Abertas em Abuja que o governo nigeriano está comprometido em combater o terrorismo e concentraria recursos com outros Estados na guerra contra o terror.

O presidente do nosso país é uma peça central na luta global contra o terrorismo e garantiu que todas as agências de segurança têm tomado medidas para erradicar qualquer elemento que queira perturbar a paz aqui, disse ela. Ele ressaltou novamente o fato que esta nação não seria usada por qualquer organização terrorista.

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