Portas Abertas • 28 abr 2011
Com a recusa do governo em ouvir seu pedido por um cemitério oficial, os cristãos nepaleses agora buscam a reparação no Supremo Tribunal.
“Todos os dias, acontecem duas ou três mortes na comunidade cristã, e com cada uma delas enfrentamos uma batalha para realizar o sepultamento”, diz Chari Bahadur Gahatraj, um pastor que entregou uma petição ao Supremo Tribunal no dia 13 de março, pedindo a interferência das autoridades, pois os jazigos cristãos estavam sendo destruídos.
Gahatraj e Man Bahadur Khatri são membros do novo Comitê de oração por um cemitério que, desde o mês passado, está organizando uma greve de fome em uma área pública da capital, pedindo por um cemitério cristão. Eles disseram que precisaram ir ao tribunal depois que um grupo afirmou que não seria mais permitido que não hindus fossem sepultados na área comum de um templo.
“Não queremos ferir os sentimentos de nenhuma comunidade”, Gahatraj disse ao Compass. “Também não estamos tentando tomar posse do terreno que pertence ao templo. Só queremos que os sepultamentos sejam liberados até que arranjemos outro local”.
O juiz Awadhesh Kumar Yadav ordenou que o governo não impeça que os cristãos utilizem a área para sepultamentos até que a disputa seja resolvida. A batalha legal agora envolve um novo processo, aberto por um ativista hindu chamado Bharat Jangam, que afirma que, já que o terreno é de propriedade de um templo hindu, não hindus não deveriam poder sepultar seus mortos ali.
Como consequência, o tribunal decidiu ouvir os dois processos em conjunto, e as audiências tiveram início no dia 18 de abril. Enquanto dois advogados falavam em defesa de Gahatraj e Khatri, um grupo de 15 advogados falou contra eles. A próxima audiência está marcada para o dia 3 de maio.
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