Portas Abertas • 21 mai 2011
Grupos de extremistas islâmicos interromperam sem cerimônia os cultos em comemoração à Páscoa, realizados na cidade de Cirebon, Indonésia, sem qualquer interferência das autoridades. De acordo com Hendardi, presidente de uma instituição que luta pelos direitos humanos, policiais estavam presentes no momento em que ocorreram os ataques, mas não fizeram nada para impedir a ação dos grupos radicais que atrapalhavam as reuniões nas igrejas.
Na Indonésia, católicos e protestantes, tradicionalmente, organizam celebrações durante a época da Páscoa, incluindo atividades durante a semana até o principal dia da festa. O objetivo de tudo isso é fortalecer mais os laços de amizade dentro da comunidade.
O grupo formado por 20 extremistas, porém, liderados por Andy Mulya, destruiu os locais onde dois grupos, um católico e outro protestante, se reuniam para fazer seus cultos. Os participantes tentaram resistir, sem sucesso, dizendo que tinham as permissões legais das autoridades para a realização das atividades nos locais.
No entanto, a polícia não fez nada para impedir a ação do grupo, que atrapalhou a reunião. De acordo com a lei na Indonésia, a polícia deve autorizar e estar presente, caso ocorram eventos em praças públicas.
Na Indonésia, a falta de eficiência por parte do trabalho da polícia e a omissão do governo estão minando cada vez mais a liberdade religiosa. Para Hendardi, as autoridades deveriam “parar de fazer boas promessas e tomar alguma atitude”.
Cirebon, cidade onde ocorreu o ataque às igrejas, é a região que tem maior população muçulmana do país, considerada “cidade dos estudantes islâmicos”. A cidade também é o local onde moram muitos líderes de uma linha extremamente ortodoxa do islamismo. Recentemente a região foi o centro de muitos ataques e violência, incluindo violência contra bases policiais.