Portas Abertas • 3 abr 2004
A polícia em Asmara, capital da Eritréia, iniciou uma investigação há doze dias nas atividades de um grupo de jovens na Igreja Ortodoxa.
De acordo com as fontes do local, o pequeno escritório no centro da cidade usado para reuniões nos domingos à tarde pelo grupo Medhane foi interditado pela polícia.
Apesar do líder leigo do grupo ter sido detido no mesmo dia, ele foi liberto no dia seguinte.
O grupo Medhane, um movimento de renovação na Igreja Ortodoxa, geralmente realiza escolas dominicais para jovens. O padre ortodoxo ordenado que lidera a organização da escola dominical está sob investigação policial, embora não tenha sido detido.
No dia 21 de março, quando o grupo se reunia no novo lugar para seu encontro regular, dois oficiais da polícia se uniram ao grupo e filmaram toda a reunião. Quando os dois oficiais foram questionados, eles declararam que receberam ordem do gabinete presidencial para espionar e filmar o encontro, e acusaram o grupo de realizar atividades ilegais.
Neste meio-tempo, a polícia deteve 20 membros da Igreja Kale Hiwot durante uma reunião caseira em célula, em Assab. Alguns do grupo foram forçados a assinar um documento prometendo não se reunirem novamente, e então foram libertos.
Contudo, outros onze evangélicos militares foram levados para um lugar próximo chamado Gheharo. Suas vidas estão em perigo, declarou um irmão protestante. Nós estamos muito preocupados com a segurança destes irmãos.
Em um incidente separado, em Asmara, um cristão eritreu foi detido pela polícia de segurança quando entrava em um táxi. O cantor Yona Haile lançou um vídeo durante o mês de fevereiro a respeito do tema, Jesus: a solução para os problemas do homem. Segundo consta, o cantor foi levado a Adi Abetu, e transferido para o Centro Militar de Sawa na manhã de 24 de março. Oficiais de segurança acusaram Yona de atividades contrárias da política governamental.
Estas últimas detenções no mês de março elevam para 385 o número conhecido de cristãos presos por sua fé. Os detentos incluem pastores, mulheres, adolescentes, crianças, velhos e dezenas de soldados. Muitos foram sujeitos a sérias torturas e condições precárias por meses. Desde o mês de maio de 2002, as igrejas de doze denominações foram fechadas por ordem do governo e suas congregações, que possuem em torno de vinte mil cristãos, estão proibidas de adorar, mesmo em suas casas.
O governo eritreu reconhece apenas quatro religiões oficiais, a saber, a Ortodoxa, a Católica, a Luterana Evangélica e a Muçulmana devido a sua existência histórica no país.
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