Igreja butanesa clama por oração

Portas Abertas • 27 abr 2004


Três igrejas domésticas do distrito de Sarpang, sul do Butão, foram visitadas pela polícia após oscultos do domingo de Páscoa. De acordo com um respeitado líder cristão do Butão, os membros da igreja foram advertidos a não se reunirem mais para a realização de culto. As batidas parecem confirmar uma crescente repressão contra a atividade cristã no Butão.

A fonte, que não quis se identificar por razões de segurança, disse que a polícia fez batidas em três casas na subdivisão de Gelephu, distrito de Sarpang, após os cultos de Páscoa. A maior parte dos membros da igreja já havia saído quando a polícia chegou. Os policiais interrogaram os poucos cristãos remanescentes e perguntaram os nomes dos outros que estavam nas reuniões.

Não foram feitas detenções. Entretanto, foi pedido a três pastores e um presbítero que comparecessem diariamente às 9h00 ao escritório administrativo da subdivisão Gelephu.

As autoridades também censuraram os proprietários dos imóveis e os advertiram para que não permitissem o uso de suas casas como locais de culto. Além dessa advertência, não tomaram qualquer outra ação legal.

De acordo com uma fonte, a polícia disse aos cristãos que suas reuniões eram uma manifestação de apoio a organizações cristãs internacionais que haviam sido classificadas como grupos terroristas pelo governo butanês. Oficialmente, não existe a fé cristã no Butão, e é ilegal a reunião de cristãos para o culto público.

As autoridades butanesas dizem que é possível celebrar missa em casas particulares. Entretanto, um relato da agência católica de notícias, a Zenit, de janeiro de 2004 mostrou que os católicos também estão enfrentando repressão no Butão.

Até o fim de 1990, os clérigos que emigravam da vizinha Índia e do Nepal podiam celebrar missa em público. Entretanto, de 2000 em diante, o Butão proibiu os serviços religiosos públicos não-budistas, e prendeu os que transgrediram a lei, de acordo com o bispo indiano, Stephen Lepcha, cuja diocese inclui o Butão.

O bispo Stephen acredita que a repressão foi uma reação aos pastores protestantes que estavam pregando o evangelho e conseguindo convertidos. Ele alegou que os padres católicos não estavam tentando fazer proselitismo, mas simplesmente queriam atender às necessidades dos cristãos.

O Butão ainda se recupera de uma onda de violência que irrompeu em dezembro de 2003. Uma segunda fonte que trabalha no Butão disse à Portas Abertas que explodiram duros combates um pouco antes do Natal entre o Exército Real do Butão e a Frente Unida de Libertação de Assam (FULA), um grupo de separatistas indianos que ocuparam os distritos orientais do Butão.

O governo butanês pediu aos rebeldes que saíssem da terra, mas eles se recusaram. O Butão então pediu ao governo indiano que destacasse tropas num esforço conjunto para expulsar os rebeldes indianos. Devido a essa agitação, muitos cristãos da área tiveram de abandonar seus planos para os cultos de Natal.

Os pastores que encontrei me disseram que alguns maridos foram forçados, sob a mira das armas, a verem suas esposas sendo estupradas por soldados dos exércitos butaneses e indianos, explicou essa fonte. Inúmeros cadáveres estavam caídos no chão e eles não tinham permissão para enterrá-los.

Nessa altura eles estavam com medo de que a perseguição contra os cristãos pudesse irromper também. De fato, em alguns lugares ela já começou. Quando quaisquer calamidades naturais ou incidentes desfavoráveis acontecem no Butão, eles culpam os cristãos. Eles dizem: É porque vocês acreditam num deus estrangeiro que o os nossos deuses estão derramando sua ira sobre nós .

Em fevereiro de 2004, a fonte relatou: A situação no Butão ainda é muito tensa, mas os cristãos estão firmes no Senhor. A operação contra os militantes da FULA está em andamento. Isso tem de fato colocado em risco a vida de pessoas inocentes, incluindo os cristãos.

O Butão está num estado patético neste momento. Acreditamos que o governo esteja planejando uma operação em segredo contra o cristianismo. De muitas formas, os cristãos já estão privados de seus direitos nacionais, como educação dos filhos, empregos no governo e até estabelecer negócios particulares.

Os monges budistas estão persuadindo o governo a executar esta operação contra os cristãos. De fato, Sua Majestade do Butão não está contra os cristãos, mas está amarrado pela lei religiosa no país. Isto é: Uma nação, uma religião .

Enquanto isso, os cristãos do Butão pedem oração. Amado povo de Deus, nós precisamos do apoio de vocês em oração e de palavras de encorajamento. Por favor, orem por todos os cristãos do Butão, para que eles permaneçam fiéis e firmes em Jesus.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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