Portas Abertas • 4 mai 2004
O agrônomo cristão seqüestrado no dia 17 de março por rebeldes da Frente 34 das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) foi repentinamente libertado no dia 29 de abril. O irmão do agrônomo disse ter sido resposta à orações feitas no mundo todo em favor de sua libertação.
Ahimer Velasquez, de 31 anos, foi libertado em Urrao, um vilarejo cerca de 160 quilômetros a oeste de Medellín, onde está sediada a Frente 34 das FARCs. Seu irmão, pastor em Medellín e evangelista na Associação da Prisão, Carlos Velasquez, disse que não foi pago ou prometido resgate em troca da liberdade dele.
O trauma, entretanto, não acabou depois de sua libertação. O município de Caicedo, cidade cerca de 130 quilômetros de Medellín que emprega Ahimer Velasquez para ajudar seus agricultores a melhorarem a produção agrícola, cobriu a família com votos de boas vindas e presentes numa reunião que se estendeu até tarde. Para evitar viajar à noite, Carlos, Ahimer, sua esposa e dois filhos protelaram os planos de viagem para Medellín até a madrugada de primeiro de maio. Mas, próximo ao vilarejo de Santafé de Antioquia, três criminosos armados pararam o veículo da prefeitura de Caicedo no qual a família viajava e os assaltaram levando tudo, inclusive cerca de oitocentos dólares em dinheiro doados pelos moradores de Caicedo a Ahimer.
Carlos Velasquez falou com Portas Abertas pelo telefone celular, da delegacia de polícia de Santafé de Antioquia, onde um ladrão estava detido depois de outras vítimas de assalto terem-no pego.
Indagado por que Ahimer fora libertado, Carlos disse: Não há explicação. Quando um rebelde que guardava Ahimer recebeu ordens para libertá-lo, disse: Eu não entendo, eles apenas me disseram para libertar você.
Luis Carlos Herrera, secretário da agricultura do Departamento de Antioquia, seqüestrado com Ahimer Velasquez, permanece refém da FARC. Carlos Velasquez disse que os rebeldes estão exigindo oitenta mil dólares de resgate por Herrera.
Carlos disse que seu irmão foi mantido cativo aqueles 44 dias nas montanhas de pura selva. Os guerrilheiros forçaram-no e a Herrera a se deslocarem com eles a noite toda a pé. Eles dormiam de uma a três horas durante o dia. Uma vez, Ahimer ouviu um helicóptero do exército, mas este não pôde vê-lo nem a seus captores através da densa vegetação.
Ele esteve com Luis durante todo o seu cativeiro e, às vezes, com outros reféns da FARC. Ahimer tinha uma Bíblia consigo e confortava Luis com a Palavra.
Carlos Velasquez entregou o telefone a seu irmão por alguns instantes. Informado de que muitos no mundo todo estavam orando por ele, Ahimer disse: Eu senti isso. E gostei. Muito obrigado. Que Deus os abençoe a todos.
Ahimer ainda está num estado nervoso precário. Carlos disse que pretende levar Ahimer e a família para Medellín onde ele possa ser assistido por um psicólogo.
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