Pastor paquistanês escapa de seqüestradores muçulmanos

Portas Abertas • 22 mai 2004


Um pastor protestante foi seqüestrado no último domingo quando ele estava a caminho do culto dominical em Quetta, capital da província Baluchistan, no Paquistão. Ele conseguiu escapar de seus seqüestradores muçulmanos durante a madrugada de segunda-feira, após quarenta horas do seu desaparecimento.

O pastor Wilson Fazal, de 41 anos, conseguiu saltar do veículo em que seus seqüestradores estavam conduzindo-lhe para Peshawar, na noite de 17 de maio.

Ele mesmo não acreditou que pudesse escapar e pudesse ficar livre daquelas pessoas, contou uma fonte da igreja que se encontrou com Wilson hoje a Compass. Foi um grande milagre.

Segundo o pastor das Assembléias do Evangelho no Paquistão, seus seqüestradores estavam dirigindo de Islamabad a Peshawar em alta velocidade, em um jipe Pajero, quando a patrulha móvel da polícia começou a persegui-los.

Em pânico, os seqüestradores saíram da estrada a fim de escapar da patrulha e frearam o veículo com tanta intensidade, dando oportunidade para que Wilson saltasse do veículo e corresse para salvar sua vida. Apesar de seus ferimentos e seu estado emocional, ele escapou na escuridão até que conseguisse encontrar um transporte de ônibus de volta para Islamabad.

Wilson reapareceu no início da manhã de ontem nos alojamentos oficiais de Islamabad, da senhora Asiya Nasir, um membro da minoria da Assembléia Nacional do Paquistão de Quetta. Em entrevistas breves aos jornais diários do Paquistão, Asiya confirmou que ela falou por telefone com Wilson e que ele agora está seguro, mas recusou-se fazer maiores comentários sobre o ocorrido.

Entretanto, a parlamentar de Quetta declarou à Rede de Informações Regionais Integradas (RIRI) da ONU, que o pastor não cessou de chorar durante sua ligação e estava tão amedrontado que nem pôde conversar. Embora Asiya dissesse que ela ainda não sabia de todos os detalhes, ela contou a RIRI que Wilson havia, de alguma maneira, conseguido escapar em um local próximo a Peshawar e tomado um ônibus para Islamabad.

Segundo uma fonte da igreja que encontrou Wilson, o pastor foi perversamente molestado e mal-tratado. Ele ainda não está em condições de fazer qualquer declaração detalhada, afirmou a fonte.

Wilson foi severamente espancado por seus seqüestradores, que também o sujeitaram a choques elétricos, esfaquearam sua língua, rasparam seu cabelo e bigode e escarneceram dele com ameaças de morte selvagem se ele se recusasse a se converter ao Islamismo.

O pastor também disse que fotografias e diagramas lhe foram mostrados e ele foi questionado em detalhes sobre instituições e líderes cristãos Quetta, claramente indicando que seus seqüestradores haviam organizado planos para executarem contra a comunidade cristã da cidade.

O que se consta é que as autoridades policiais de Quetta insistem que Wilson retorne para o interrogatório da investigação do caso. Um policial até mesmo acusou os líderes da igreja local de realizar o cenário do seqüestro, descrevendo o misterioso desaparecimento de Wilson como um drama premeditado.

Contudo, essas pessoas que estão proporcionando um porto seguro para o pastor declararam que retornar para Quetta seria um enorme risco de segurança, tanto para Wilson como para sua família.

A esposa do pastor, Nasreen e seus seis filhos saíram ontem de Quetta para encontrarem-se com ele em uma casa protegida, em um local não revelado. A segurança da família e o contato com a mídia foram delegados a representantes de grupos de direitos humanos locais.

De acordo com um porta-voz do Ministério de Assuntos Internos, citado no jornal Dawn, Wilson recebeu tratamento médico para seus ferimentos e proteção policial solicitada por ele. O oficial desconhecido disse que seria prematuro afirmar que elementos religiosos estariam envolvidos no seqüestro do pastor.

Wilson foi um de vários líderes de igreja em Quetta a receber na semana passada uma série de cartas manuscritas contendo ameaças de um grupo islâmico desconhecido, chamado Maham-e-Jihad (Fronteira da Guerra Santa). Outros pastores pentecostais, o diretor da Igreja Metodista Memorial Betel e diretores de várias instituições cristãs em Quetta também receberam cartas ameaçadoras.

As cartas impeliam Wilson e outros líderes cristãos a se converterem ao Islamismo ou enfrentar conseqüências não especificadas, relatou a agência de notícias Reuters. As cartas também lhes advertiam a parar de ensinar estudantes muçulmanos. Aqueles que não observassem a advertência estariam sujeitos a atos de terrorismo ou ataques suicidas, diz a carta.

Seis dos líderes cristãos de Quetta que receberam essas ameaças diretas resolveram se esconder um dia após o desaparecimento de Wilson, a fim de evitar que eles fossem capturados. Ontem, todos entraram em contato com suas famílias e confirmaram estar seguros.

Após a notificação do aparecimento do pastor no domingo à noite, igrejas cristãs por toda Quetta realizaram reuniões de oração contínuas durante toda a segunda-feira para sua recuperação segura.

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