Portas Abertas • 22 ago 2019
De todas as religiões, os cristãos são os que enfrentam maior hostilidade
Em maio deste ano, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou uma resolução designando hoje, dia 22 de agosto, como o Dia Internacional em Memória das Vítimas de Atos de Violência baseados em Religião ou Crença. Até agora, não havia um dia focado exclusivamente na violência com motivação religiosa ou qualquer outro aspecto da liberdade de religião ou crença.
O dia pretende abordar o crescimento constante da questão. A última pesquisa do Pew Center (referente ao ano de 2017) mostra que Índia, Síria, Iraque, Egito, Nigéria, República Centro-Africana, Paquistão, Israel, Iêmen e Bangladesh têm hostilidades sociais “muito altas” envolvendo religião. Além disso, entre os países que mostram que as hostilidades governamentais são “muito altas” estão China, Irã, Rússia, Turquia, Indonésia, Eritreia, Vietnã, Arábia Saudita, Mianmar, Mauritânia, Sudão, Paquistão e países da Ásia Central.
O foco da comemoração é limitado à violência baseada na religião ou crença, ao invés do conceito mais amplo de perseguição religiosa, que pode incluir “privação intencional ou severa de direitos fundamentais”. O foco em atos de violência tem intenção de passar uma mensagem clara que nenhum ato de violência é aceitável, seja um único incidente ou atos de violência sistemáticos, realizados em massa.
A pesquisa do Pew Center mostra ainda que, de todas as religiões globais, os cristãos são os que experimentam maior hostilidade. No Sri Lanka, ataques a três igrejas na Páscoa mataram mais de 250 pessoas. Neles, 176 crianças perderam um ou os dois pais e algumas famílias perderam todos os filhos. Também neste ano, terroristas mataram 20 pessoas em uma igreja no sudeste das Filipinas e homens-bombas atacaram três igrejas em apenas um dia na Indonésia, em 2018.
No Egito, a perseguição extrema também vem pelas mãos de militantes radicais islâmicos, onde o Estado Islâmico prometeu “eliminar” a igreja, bem como na Líbia, Somália e muitos outros países subsaarianos. A pesquisa para a elaboração da Lista Mundial da Perseguição 2019 identificou que mais de 4,1 mil cristãos nesses 50 países foram mortos por razões relacionadas à fé, sendo 3,7 mil apenas no nordeste e centro da Nigéria. No mesmo período no ano anterior, o número de cristãos mortos era de aproximadamente 2,8 mil.
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