Portas Abertas • 8 jun 2016
A Argentina não faz parte da Classificação da Perseguição Religiosa e nem tem pontuação suficiente para entrar no rol dos países que mais perseguem cristãos, mas a igreja já experimenta certa hostilidade vinda do próprio governo. Apesar de ter a liberdade religiosa garantida pelo artigo 14 da Constituição Nacional, o estado de Córdova criou uma lei provincial, que visa prevenir qualquer situação de ""manipulação psicológica"". A lei tem criado uma grande polêmica por abrir uma brecha para a perseguição à igreja no país. De acordo com os relatórios da Portas Abertas, ela tem sido usada abusivamente e aplicada a organizações religiosas. O artigo 3 da mesma estabelece que a manipulação psicológica pode ocorrer ""através de grupos que usem técnicas que demonstrem uma grande devoção ou dedicação a uma pessoa, ideia ou objeto, e que empregue em sua dinâmica proselitismo ou doutrina, técnicas persuasivas de coerção que promovam a destruição de personalidade"". Depois que a lei foi inserida à Constituição, o líder cristão Marcelo Nleva afirmou ter sido acusado por políticos e pela polícia argentina de manter uma ""seita controversa"". ""Depois das acusações, o ódio contra a igreja tem aumentado de forma significativa, principalmente depois que a imprensa local divulgou o ocorrido. As pessoas têm quebrado as janelas da igreja e saqueado as propriedades dos frequentadores"", diz Marcelo. O líder cristão tem enfrentado a perseguição desde junho de 2014, conforme mostra a matéria
""Um carro foi se aproximando até bater no nosso, várias vezes. Tentei fugir, mas ele continuou nos perseguindo, até que paramos em um farol, e então percebi que eles não estavam sozinhos. O motorista de outro carro nos encarou e tentou tirar uma arma do porta-luvas. Com medo de ser baleado novamente, dirigi a toda velocidade para proteger minha família. Agora temos um guarda que vigia a igreja 24 horas por dia"", conta ele. Após relatar o incidente à polícia local, houve investigações e o homem foi preso. No dia seguinte, o abrigo de mulheres que funciona perto da igreja e que é dirigido pela esposa de Marcelo, foi apedrejado. De acordo com o advogado da igreja, Zeverin Escribano: ""A perseguição tem ocorrido por que a igreja se esforça para combater o tráfico de drogas, bem como o tráfico humano"". E Marcelo finaliza: ""Em meus 37 anos de ministério, nunca imaginei que a igreja na Argentina poderia ser atacada, logo em nosso país que se orgulha de ser tolerante"", conclui. Ore por essa nação.
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