Portas Abertas • 1 nov 2015
A Colômbia é um país bonito, jovem, com um povo aguerrido e trabalhador. Porém, estima-se que mais de 14 mil crianças são alistadas pelos grupos armados ilegais, o que é a causa de muitas mortes e destruição. Muitas famílias cristãs são maltratadas, abusadas ??e perseguidas por causa da pregação do Evangelho nas regiões controladas por esses grupos.
Pensando nesses pequenos, a Portas Abertas inaugurou em janeiro de 2000 a Casa Abrigo Visão Ágape. Ela fornece educação e proteção aos filhos de pastores e líderes religiosos ameaçados pela guerra civil na Colômbia, e também para crianças que, alistadas pelas Farc, conseguiram fugir e tentar uma nova vida. Alguns dos alunos chegaram a perder seus pais por causa da hostilidade de grupos rebeldes, como as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Veja algumas declarações destas crianças:
""Um dia meu pai estava pregando, minha mãe cantava e minha irmã e eu estávamos jogando, quando um grupo de homens da guerrilha vieram e levaram meu pai. Quando eu os vi pela primeira vez, tive medo; o meu coração se encheu de terror. Eu nunca tinha visto pessoas vestidas de preto com armas, eu estava aterrorizado. Quando eles levaram o meu pai, disseram que iam matá-lo. Eu estava triste e disse: ‘Meu Deus, por quê?’""
SOFIA
""Meus pais estavam sendo treinados para se tornarem pastores. Eu tinha saído para casa de um vizinho, quando ouvi os tiros, eu estava com medo e corri para os meus pais. Foi quando eu vi minha mãe, ela estava deitada quase sem respirar. Quando eu a vi assim, tentei falar com ela, mas não me deixaram. Meu pai disse que não podia sentir suas mãos e pediu para ser levado rapidamente para o hospital, mas levaram eles embora. Em seguida, os irmãos da nossa igreja vieram e oramos juntos pela meus pais. Após uma hora, alguém veio com a notícia de que a minha mãe tinha morrido.""
JOSE
""Eu tinha 5 anos quando tive meu primeiro encontro com um grupo de guerrilha. Eles vieram para a fazenda onde morávamos e decidiram criar um campo de operações. Eu estava muito interessado na forma como eles nos olharam, e como falaram conosco. Eles nos convidaram para brincar com eles, para correr na praia, brincar de esconde-esconde nos campos, e também para jogar como combatentes. Normalmente jogamos com varas de madeira, e depois eles levaram armas de verdade e nos disseram para não nos preocupar, que era apenas um jogo, e que suas armas nunca disparariam. O que eu pensei ser brincadeira de criança, diversão ou entretenimento, foi na verdade um treinamento.""
PABLO
""O grupo foi diretamente para o colégio interno para recrutá-los, e disse aos professores: ‘Precisamos de mais crianças e ninguém pode nos impedir.’ Os professores são obrigados a permitir que recrutem e levem as crianças, sem reagir, com ameaça de serem banidos ou mortos.""
MILADIS
""Isso aconteceu no ano passado, enquanto estávamos na escola...alguns panfletos foram repassados ??para recrutar as crianças da nossa escola. Eles pediram que os primeiros fossem filhos de pastor.""
PABLO
""Eles nos ensinam a nos tornar tão radicais lá, e os cristãos se tornam um alvo militar. No meu caso, estava disposto a eliminar minha própria família, porque a organização se tornara minha família de verdade.""
JOSIAS
Cartões que encorajam
No mês de junho, nós convidamos você a escrever cartões para os 56 alunos que estão na Casa na Colômbia. Recebemos mais de 5 mil cartas das diversas regiões do Brasil. Agradecemos a todos que participaram, mas pedimos que não deixem de interceder por esses pequenos. A luta deles é diária e intensa. Que eles estejam sempre em nossas orações!
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