Portas Abertas • 6 out 2020
Um cristão ex-muçulmano enfrenta a perseguição do governo e da família na China
Apesar das inúmeras ações do Partido Comunista que restringiram a liberdade religiosa na China, uma parte da população ainda mantém a fé em religiões como budismo, cristianismo, ateísmo, islamismo, hinduísmo, judaísmo e outras crenças étnicas.
Atualmente, há no país 21 milhões de muçulmanos, 1,5% da população total. Muitos deles pertencem a minorias étnicas, predominantemente islâmicas, como os uigures. A vida dos cristãos nesses grupos minoritários é solitária e também repleta de perseguição. Abdul* convive com essas consequências desde que encontrou Jesus há 10 anos. Após uma viagem de trabalho, ele voltou diferente e contou aos familiares e amigos sobre a mudança de fé. Então, passou a experimentar a rejeição e agressões verbais de parentes, amigos e vizinhos. “Esse é o preço que você paga por seguir a Jesus no Norte da China”, testemunha o cristão.
Segundo Abdul, as pessoas que moram na aldeia dele já “nascem” muçulmanas, mas muitas não sabem o que o livro sagrado islâmico realmente diz. “Os professores do Alcorão dizem que eles são os escolhidos e, para serem bons muçulmanos, devem temer a deus, fazer as cinco orações rituais todos os dias, evitar comer carne de porco e ficar longe do álcool”, explica. Mas quando alguém do meio deles muda de fé, eles se sentem obrigados a lutar, já que as tradições religiosas foram “atacadas”.
Familiarizado com a perseguição
Em uma ocasião, jovens da aldeia espalharam o rebanho de ovelha de Abdul por toda a encosta. Eles agiram dessa forma gritando que Abdul era um herege. “Você poderia dizer que já estou acostumado com isso”, diz o cristão. Porém, um dia uma experiência com Deus transformou a vida solitária dele. “Eu me sentia tão sozinho e desesperado que decidi jejuar por três dias e clamar a Deus. Repetidamente perguntei a ele se realmente estava lá e implorei que se mostrasse a mim”, conta.
No segundo dia, quando terminou de orar, uma rajada de vento envolveu Abdul. “O vento estava quente e reconfortante. Era como se Deus pai estivesse me envolvendo no amor dele. Eu podia literalmente sentir a presença dele. E então, de repente, o vento foi embora”, revela. O cristão reconhece que é difícil explicar o que aconteceu, mas as consequências da experiência foram nítidas na vida dele: "Aquela visita da presença de Deus foi o suficiente para me ajudar nos próximos dois anos. Assim que o vento parou naquele dia, eu estava tão feliz que não conseguia parar de rir e cantar!".
Abdul ainda continua sendo o único cristão da aldeia onde vive, porém, afirmou que o Senhor tem renovado as forças dele e pede que mais irmãos em Cristo o visitem. “O bom de viver aqui nas pastagens é que é mais fácil encontrar um lugar para adorar ao Senhor livremente. Então, por favor, continue vindo me visitar para que possamos ter mais momentos de comunhão. Vocês são sempre bem-vindos!", finaliza.
* Nomes alterados por segurança.
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