Portas Abertas • 26 out 2016
Nem todos os cristãos que fugiram de Mossul, na ocasião em que o Estado Islâmico invadiu a cidade, estão dispostos a retornar às suas casas. A dúvida surge quando eles pensam nos dois anos em que estiveram fora e no quanto o cenário pode ter mudado em seus bairros. Atualmente, muitos vivem no Curdistão, milhares de famílias buscaram refúgio na Jordânia e no Líbano, enquanto outros deixaram o Oriente Médio para começar uma nova vida em outras nações, como Canadá, Austrália e Grã-Bretanha.
Ammar* é um líder cristão caldeu que fugiu da cidade de Qaraqosh e que está disposto a retornar assim que possível. Da região de onde ele veio, viviam cerca de 60 mil cristãos até o verão de 2014. “Que sejamos capazes de retornar às nossas casas e cidades em breve”, disse ele. Tabhet*, outro líder, compartilha do mesmo desejo: “Quero voltar para a colina, ao lado de Santa Bárbara, onde ainda existem as ruínas sírias de templos antigos. Será para mim uma das maiores alegrias poder realizar um culto ao ar livre e estar com os irmãos novamente”, afirma.
Poulos* revelou certo receio: “Já nos advertiram que é possível que tenham minas em nossas casas. Depois que as aldeias forem liberadas, ainda poderá levar alguns meses para finalmente fazermos a primeira visita”, alertou o líder que mantém contato com alguns amigos de Bashiqa, sua cidade natal. Khalil*, um dos parceiros da World Vision International, uma instituição que acolhe crianças atingidas pela guerra disse que “nenhuma das 500 famílias que estão entre os refugiados da Jordânia, considera a possibilidade de voltar para aquela região. “As ações do Estado Islâmico ainda estão nos corações e mentes dessas pessoas”, apontou.
Voltando ou não, a verdade é que todos estão na expectativa do que poderá acontecer num futuro próximo. “Mesmo com Mossul livre dos militantes extremistas, podemos ter problemas por lá. Sabemos que haverá pobreza, falta de emprego e perseguição aos cristãos”, disse uma cristã refugiada. “Independente do que aconteça, eu quero voltar para lá e a primeira coisa que vou fazer é procurar uma igreja, se ainda houver alguma, vou entrar e orar. Só depois disso vou ver o estrago que fizeram à cidade para saber o que será necessário reconstruir. Com a ajuda de Deus nós vamos vencer essas dificuldades”, conclui Poulos.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
Pedidos de oração
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