Portas Abertas • 30 jun 2016
Depois de 52 anos de conflito e quase 4 de negociações de paz, o governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) acordaram um cessar-fogo bilateral. Muitas dúvidas se criaram mundialmente sobre a implementação do acordo. Espera-se que o documento oficial seja assinado em julho, mas de qualquer forma, os dois lados afirmaram que a decisão não tem volta.
O conflito de meio século, considerado um dos mais longos do mundo, marcou gerações e deixou mais de 220 mil mortos. Os combates também obrigaram milhões de campesinos a se deslocar desde o início das hostilidades, em 1964. A Colômbia ocupa este ano a 46ª posição na Classificação da Perseguição Religiosa. Muitas são as notícias sobre violência e perseguição religiosa envolvendo grupos armados como as Farc na Colômbia. Como mostram as matérias Família cristã é ameaçada e agora vive escondida e Líderes religiosos negociam resgate de seus próprios filhos.
Os desafios da Igreja Perseguida continuam
A base da Portas Abertas na Colômbia se pronunciou sobre a importância do acordo para a igreja. Segundo eles, esse é um momento de colocar estratégias em ação para responder aos desafios que se apresentam. Muitos cristãos pagaram o preço de viver para Cristo no meio de uma guerra irregular que ultrapassou o número de 6 milhões de vítimas. Os filhos dos pastores assassinados, suas mulheres e muitos outros estão vivendo o pós-conflito e pedem que sejam ouvidos e que os mártires da igreja não sejam apagados da memória do país.
Na Colômbia, não há proteção do Estado a um religioso que é ameaçado por exercer sua fé, por isso o reconhecimento que há Igreja Perseguida é um dos desafios. A Portas Abertas não só tem trabalhado com o programa de atendimento pós-trauma e discipulado para ex-combatentes desde 2015, mas também com o escritório dos Direitos Humanos. Audiências em diferentes cidades colombianas a fim de levantar pontos de discussão sobre os direitos humanos e necessidades dos cristãos têm sido realizadas. O apoio da ONU e do Ministério do Interior do país para que a igreja seja tratada com igualdade no aspecto internacional humanitário, legal e prático também tem sido buscado.
Além disso, debates sobre a liberdade religiosa em territórios indígenas estão acontecendo. Líderes e pastores têm recebido treinamento em questões pós-traumas com base nas Escrituras e hoje são facilitadores de processos de reconciliação formais em suas regiões. Ainda é muito cedo para dizer que o acordo representa para os cristãos perseguidos, pois há muitas indecisões no processo. A Portas Abertas na Colômbia está trabalhando com o objetivo de responder às necessidades da Igreja Perseguida, se preocupando com sua restauração. É muito provável que a perseguição religiosa continue por outros grupos armados ilegais. O que os cristãos colombianos pedem é a sua oração para o processo resultar em bons frutos.
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