Portas Abertas • 30 out 2017
No último dia 19, a Comissão de Direitos Humanos da Malásia (Suhakam) deu início a uma investigação pública de dez dias sobre o desaparecimento do Pastor Raymond Koh, do cristão ex-muçulmano Joshua Hilmy, sua esposa Ruth e do ativista Amri Che Mat
A esposa do pastor Raymond Koh, Susanna Liew, foi chamada a depor no segundo dia. Ela disse que eles eram frequentemente abordados pela imigração e por uma divisão especial da polícia depois que autoridades islâmicas fizeram uma batida na igreja em 2011. Na ocasião, a ONG fundada pelo Pastor Raymond estava fazendo um jantar de ações de graças na igreja com a participação de malaios. As autoridades fizeram uma incursão na igreja porque desconfiavam de que Raymond estava evangelizando muçulmanos, o que é proibido no país.
Em outra frente, a luta contra a proibição do uso do nome “Allah” (palavra usada para designar Deus, em árabe) continua na justiça. Também no último dia 19, o tribunal ouviu o caso de Jill Ireland, que processou o governo após ter 8 CDs retidos na imigração. O caso aconteceu em 2008, quando ela voltava da Indonésia. Os CDs foram apreendidos por conter a palavra “Allah” na língua nacional, que é o bahasa malaio.
Apesar de ela ter reavido os CDs em 2015, o tribunal ainda não conseguiu abordar seus direitos constitucionais de usar a palavra como cristã.
O advogado dela apontou que os cristãos falantes de bahasa não foram nem consultados antes de o governo instituir a lei proibindo o uso da palavra, em 1986. De acordo com um líder da igreja local que testemunhou no tribunal, 60% dos cristãos no país falam a língua bahasa. Então, o advogado alega que a proibição é inconstitucional e discriminatória contra os cristãos. “O uso da palavra, que vinha de gerações, foi tirado sem dar o direito a esta camada da população de ser ouvida”, afirma.
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