Portas Abertas • 1 jan 2018
Dia Mundial da Paz trazendo boas notícias para os cristãos perseguidos (Foto ilustrativa)
Em um movimento para conter o extremismo islâmico em Bangladesh, o governo ordenou que os capítulos sobre a jihad (guerra santa muçulmana contra infiéis e inimigos do islã) sejam removidos dos livros didáticos das madrassas (escolas islâmicas). Se a ordem for aplicada, é um bom motivo para comemorarmos neste 1º de janeiro, Dia Mundial da Paz. Que o exemplo dessa iniciativa seja seguido por outros países e que os cristãos perseguidos possam vivenciar a fé mais livremente.
De acordo com a agência cristã asiática UCANews, o Comitê Nacional de Resistência e Prevenção de Militância, que aconselhou o governo, afirmou: “Observou-se que os capítulos da jihad contribuíam para uma radicalização gradual dos alunos das madrassas, encorajando-os a se unirem a grupos jihadistas em seu país e no exterior para lutar contra ‘os inimigos do islã’”.
O líder cristão Theophil Norkek disse à UCANews que era a favor da decisão, mas que “remover a jihad dos livros didáticos não era suficiente para controlar a militância. Você pode remover a jihad dos livros, mas também precisa assegurar que ela desapareça do coração das pessoas. O governo precisa iniciar programas sociais para motivar os muçulmanos a manterem-se longe da jihad”.
Um imã de Daca, a capital de Bangladesh, disse que não estava de acordo com a nova política. “A jihad é uma palavra que vem de Deus, ninguém tem o direito de removê-la. Jihad é uma boa palavra, que encoraja os muçulmanos a lutar contra terroristas e extremistas, nunca contra outras religiões”, disse Mufti Ainul Islam à UCANews. Em janeiro deste ano, mudanças nos livros didáticos aparentemente para defender grupos muçulmanos conservadores levaram o país a temer que estivessem se afastando de suas origens seculares.
Bangladesh é conhecida como uma nação muçulmana moderada, mas essa imagem tem sido ameaçada nos últimos anos com o aumento de ataques contra minorias religiosas e étnicas. Em novembro do ano passado, um relatório diz que o governo falhou em proteger suas populações cristãs e outras minorias de ataques violentos frequentes de extremistas islâmicos ligados à Al-Qaeda. O Estado Islâmico se responsabilizou por muitos dos ataques, mas Bangladesh negou repetidamente que o grupo esteja presente no país.
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