Portas Abertas • 24 ago 2016
Ghazan* é um homem trabalhador, de 47 anos, e pai de três filhos. No verão de 2014, ele foi forçado a sair de sua casa, nas planícies de Nínive, Iraque, por conta de um ataque do Estado Islâmico. Atualmente, sua família vive deslocada e isso tem sido muito difícil para ele. Mas, mesmo em meio a tantos problemas, Ghazan conseguiu um novo emprego numa padaria local e tem sustentado novamente sua casa. Ele é, provavelmente, o primeiro a acordar para abrir o comércio e, gentilmente, oferecer os tradicionais pães iraquianos aos seus clientes. Quem o vê e não conhece a sua história, pode pensar que ele foi padeiro sua vida toda, de tão bem que faz esse trabalho. Além de sua habilidade, é simpático com todos e sempre está sorrindo. Mas essa profissão é nova para ele. ""Em Nínive, eu tinha uma grande empresa de transportes e nossa vida era muito confortável até que fomos forçados e abandonar tudo o que conquistamos ali. Sinto falta da minha casa e de administrar meus negócios. Não sei como está nossa propriedade, mas ouvi dizer que entraram em minha transportadora, roubaram todos os carros e estão usando-os em Mossul"", diz Ghazan. Ele compartilha que é muito difícil ver a esposa, os dois filhos e a filha na atual situação. ""Tentamos morar na casa da minha irmã, mas tivemos que vir para Erbil para que o nosso filho mais velho, de 21 anos, pudesse continuar seus estudos. Aqui estamos de mãos vazias. Os primeiros quinze dias foram os mais difíceis, eu nem sabia se conseguiria um trabalho e o aluguel do nosso apartamento é alto"", compartilha ele. A padaria onde Ghazan trabalha como gerente foi estabelecida por alguns parceiros da Portas Abertas, a fim de ajudar os cristãos perseguidos. Enxugando o suor do rosto, ele diz: ""Embora eu não ganhe muito dinheiro aqui e tenha que trabalhar muito mais do que eu trabalhava antes, sou grato a Deus por essa provisão, pois assim pelo menos minha família não precisa viver num acampamento"", explica ele. Ghazan afirma que está aprendendo muito ultimamente. Ele está enfrentando a guerra em seu país, mas aguarda por um futuro melhor. ""Em primeiro lugar aprendi a ter paciência. Eu sou de Jesus, então preciso ser paciente em qualquer situação, pois sei que isso vai passar. O que ocorreu no Iraque nos obrigou a ter uma vida diferente, então temos que ser gratos porque estamos todos bem de saúde e podemos trabalhar para seguir em frente. Eu posso ter perdido tudo, mas eu ainda tenho a minha família e a nossa fé nos sustenta"", conclui o cristão. * Nome alterado por motivos de segurança. Leia também
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