Portas Abertas • 27 mai 2020
Especialista acredita que a prisão do pastor Keshav Acharya é consequência da presença do extremismo hindu no Nepal
O pastor Keshav Acharya, da igreja Prasast Katni em Pokhara, no Nepal, foi preso pela segunda vez sob a acusação de espalhar falsos boatos sobre a COVID-19. De acordo com o site Nepal Church, o líder cristão foi liberado no Tribunal Distrital de Kaski, e logo em seguida detido novamente por afirmar que Jesus Cristo poderia curar a doença causada pelo coronavírus.
Para o jornal local, o incidente é prova do tratamento injusto que o Estado nepalês oferece aos cristãos. O meio de comunicação lamentou o ocorrido e pediu a intervenção do governo. “Apelamos ao governo do Nepal para investigar imediatamente e tomar medidas contra a intolerância, preconceito e tortura cometidos pelos funcionários públicos”, afirmou o jornal.
O analista de perseguição da Portas Abertas, Rolf Zeegers, comentou o caso: “Essa segunda prisão pode ser resultado de uma legislação anticonversão que foi aprovada no parlamento em 2015. O Nepal pode não ser uma cópia da Índia em todos os aspectos, mas a prisão do pastor Acharya parece indicar que os efeitos do aumento do radicalismo hindu estão se tornando mais visíveis".
O Nepal está na 32º colocação da Lista Mundial da Perseguição 2020. Isso indica que no período de 1 de novembro de 2018 a 31 de outubro de 2019, os cristãos nepaleses enfrentaram ameaças, prisões e assédio físico, muitos também tiveram igrejas e casas danificadas. O crescimento do extremismo hindu tem colocado a vida das pessoas em risco, mas o governo não trabalha para diminuir a impunidade.
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