Portas Abertas • 3 abr 2019
Famílias dos desaparecidos: Susanna Koh e filhos à direita e Norhayati e filha à esquerda
A Comissão de Direitos Humanos da Malásia (Suhakam) publicou hoje suas conclusões e decisões finais sobre o desaparecimento do pastor Raymond Koh, Joshua e Ruth Hilmy e Amri Che Mat. O relatório lido dizia: “O júri tem a opinião unânime de que o pastor Raymond Koh é vítima de desaparecimento forçado ocorrido no dia 13 de fevereiro de 2017 às 10h45. As evidências diretas e circunstanciais do caso do pastor Raymond Koh provam, em um saldo de probabilidades, que ele foi sequestrado por agentes do Estado, a saber, a Filial Especial, Bukit Aman, Kuala Lumpur”.
O júri também fez um comentário semelhante sobre o ativista Amri Che Mat, que é um muçulmano xiita, grupo que é proibido na Malásia. O presidente do júri apontou as seguintes semelhanças nos dois casos:
Recomendações da Suhakam
Entre as recomendações, a Suhakam pede que o caso do pastor Raymond Koh seja reclassificado como desaparecimento forçado (diferente de simples desaparecimento) e que toda investigação necessária seja conduzida sob a nova classificação. A Comissão também recomenda a implementação de uma força-tarefa especial para investigar novamente o desaparecimento do pastor Raymond Koh como um caso de desaparecimento forçado.
A força-tarefa especial deverá ser composta de investigadores independentes apontados por um procurador-geral que não tenha conexões (nem no passado nem no presente) com a Filial Especial, Bukit Aman, Kuala Lumpur, assim como nenhuma ligação com membros atuais ou ex-membros de autoridades religiosas. “Todo esforço deve ser feito para rastrear os sequestradores do pastor Raymond Koh”, conclui a recomendação.
O ponto de vista da família Koh
Ao final dos procedimentos, Susanna Koh, esposa do pastor Raymond Koh, disse: “Estamos felizes com a decisão de que eles foram vítimas de desaparecimento forçado. Somos gratos por tudo que foi feito, mas gostaríamos de ter nossos maridos de volta sãos e salvos. Não sabemos porque eles foram levados. A Malásia é um país moderado, onde deveria haver liberdade de religião para praticar a fé de cada um”.
Esther Koh, filha de Raymond Koh, acrescentou: “Ficamos muito abalados, nunca foi o mesmo sem ele. Ter que lidar com a polícia foi estressante para todos nós. Não saber o que aconteceu é uma perda ambígua e causa estresse”. Susanna afirmou que dará seis meses para ter uma resposta e que se nada acontecer, terá que abrir uma causa civil contra a Filial Especial. Ela reconhece que isso é apenas o começo da luta por liberdade religiosa e direitos humanos. Antes de encerrar sua fala, ela agradeceu a Deus por ajudá-la durante essa jornada de mais de dois anos. Deus tem sido real para ela e a tem confortado. Ela também expressou gratidão à comunidade cristã pelas orações e apoio.
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