Portas Abertas • 19 ago 2020
A atiitude do líder foi conseuência da amotinação de soldados. (foto representativa)
Após meses de protestos, o presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita renunciou na noite de 18 de agosto. Em discurso para a emissora de TV nacional, o governante enfatizou que estava saindo três anos antes do fim do mandato. “Não desejo que sangue seja derramado para me manter no poder... Decidi deixar o cargo”, justifica.
A atitude do governante foi consequência da amotinação de soldados que apreenderam armas na cidade de Kati e depois avançaram para a capital Bamako. Então, eles detiveram sob custódia tanto o primeiro-ministro, Boubou Cisse, como o atual presidente.
Keita anunciou também que a Assembleia Nacional seria dissolvida, como maneira de acalmar os ânimos no país, já castigado pela insurgência islâmica e pandemia da COVID-19. Segundo um contato local da Portas Abertas, a atmosfera no país após o anúncio da renúncia era de aparente paz, mas é preciso ter cautela. “Não temos certeza de quem exatamente está por trás deste levante e precisamos observar cuidadosamente para ver se algum radical vai usar isso como uma oportunidade para ganhar uma posição maior. Obrigado por orar por Mali", explica.
Instituições internacionais como a União Africana e a Organização das Nações Unidas (ONU) manifestaram preocupação com a situação do Mali. Hoje, o Conselho de Segurança da ONU se reuniu para discutir a situação no território, já que no local há uma missão de paz com 15.600 pessoas.
Não é a primeira vez que o principal governante do Mali é deposto por militares. Em 2012, um grupo liderado pelo capitão Amadou Haya Sanogo também rendeu o primeiro-ministro e desmantelou o governo. Após um governo de transição, as eleições foram convocadas e Keita foi reeleito.
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