Portas Abertas • 5 dez 2017
A Rússia também enfrenta acusação de perseguir cristãos
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, disse que a convivência pacífica de diferentes grupos religiosos no Oriente Médio é um dos objetivos da Rússia na região. Ele falou na terceira reunião da cúpula de Diálogos Mediterrâneos em Roma, nos dias 1 e 2 de dezembro. No encontro, os participantes discutiram as três principais questões da região: migração, terrorismo e desenvolvimento.
O ministro deu atenção especial ao futuro dos cristãos e disse que as minorias cristãs são as que mais sofreram com a violência e o êxodo. “O futuro dos cristãos no Oriente Médio é muito importante”, afirmou. Ao mesmo tempo, o presidente russo, Vladimir Putin, disse ao Conselho de Bispos de Moscou que espera que a igreja ortodoxa russa exerça um papel fundamental em ajudar a população da Síria a reconstruir sua nação.
A ajuda da comunidade internacional tem sido lenta, forçando ONGs e igrejas a intervir. Três grandes igrejas do Iraque, por exemplo, formaram um comitê para trabalhar juntas. Um líder cristão que ajuda a cuidar de refugiados sírios, inclusive muitos cristãos, disse que a mídia do Ocidente não entende o que está acontecendo na Síria e no Iraque. “Se nós permitirmos que a Síria desmorone, como alguns estrangeiros não se importariam, isso repercutiria em toda a região de modo muito negativo”, disse Lavrov. O ministro afirmou ainda que a Síria protege os cristãos e outras minorias, mas os países do Ocidente precisam discutir um programa de paz para o Oriente Médio.
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, se prepara para visitar o Oriente Médio no fim desse mês. Em outubro ele anunciou que o Departamento de Estado norte-americano favoreceria grupos religiosos. Disse também que favoreceria a Agência para Desenvolvimento Internacional a ajudar os cristãos perseguidos e outras minorias.
Um relatório sobre o movimento dos cristãos no Oriente Médio, publicado em junho, estima que de 50 a 80% da população cristã do Iraque e Síria fugiram desde o começo da guerra civil em 2011, sendo que muitos deles não desejam retornar. Embora alguns tenham começado a voltar para suas casas, as ameaças continuam. Há falta de segurança e o custo para reconstruir é alto. Além disso, no Iraque há a tensão entre os governos iraquiano e curdo, o que pode tirar ainda mais cristãos da região.
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