Portas Abertas • 13 mar 2017
Margaret* é uma das sobreviventes do ataque à Universidade de Garissa, no Quênia e, recentemente, disse a Portas Abertas que atribui o seu livramento às orações de muitos cristãos. O testemunho dela é inspirador e ajuda outros cristãos perseguidos a amenizar sua dor e buscar a cura da alma. No dia 2 de abril de 2015, militantes do Al-Shabaab atacaram a Universidade que fica perto da fronteira com a Somália. Na ocasião, muitos estudantes foram mortos e dezenas de pessoas ficaram feridas. Relembre o caso lendo a matéria Al Shabaab ataca universidade no Quênia e deixa 147 mortos target=_blank>Al Shabaab ataca universidade no Quênia e deixa 147 mortos.
Margaret disse que desejaria esquecer o episódio, mas sabe que isso nunca vai acontecer. Naquela manhã, ela acordou para o rotineiro encontro de oração, mas se sentiu cansada e decidiu tomar um banho primeiro. Como não havia água ela teve que esperar um pouco e, meia hora depois, ouviu um som parecido com um tiro. Ela não sabia o que estava acontecendo, mas também ouvia as orações de seus amigos, sem cessar, e por um instante, pensou que estava tudo bem. Então, novamente o som de outro tiro e daí veio a sensação de que algo ruim estava acontecendo.
Em poucos instantes, a loucura era geral, todos correndo por todos os lados. Margaret e suas colegas de quarto se esconderam debaixo das camas, pois não havia outro lugar. Ficaram ali por horas. Ela disse que enviou uma mensagem para o celular de seus pais, pedindo oração e dizendo que estavam sob ataque. Eles tentaram ligar de volta, mas era muito arriscado atendê-los. Por volta do meio dia, Margaret ouviu os gritos dos militantes vindos do pátio central: “Vocês devem estar se perguntando quem somos. Nós somos o Al-Shabaab e estamos aqui para dizer quem vai ganhar esse jogo. Sabemos que há pessoas escondidas e se quiserem salvar suas vidas, venham para fora”. Ela e suas amigas decidiram permanecer ali e em pouco tempo descobriram ter feito a escolha certa, pois ouviram os tiros contra as pessoas que os obedeceram.
O som dos tiros se aproximou novamente dos corredores e ela entendeu que eles bateriam de porta em porta, então ela descreve que o nervosismo era tanto que mal conseguia orar, mas que disse apenas uma pequena frase: “Estou debaixo da sua proteção, Senhor”. E ali ela ficou. O som de horror que parecia ser uma eternidade, de repente cessou. O silêncio era estarrecedor. Depois de um tempo, eles partiram e a voz de uma policial gritava que tudo tinha acabado e que era seguro sair. Margaret atribui sua vida a um milagre, pois os militantes não a viram. E depois de longas 14 horas, ela saiu de seu esconderijo, se deparando com uma cena que jamais poderá esquecer. Ore por ela e por todos os sobreviventes que ainda estão sendo tratados de seus traumas depois desse triste incidente.
*Nome alterado por motivos de segurança.
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Juntos pela África
Milhares de cristãos que vivem na região da África Subsaariana enfrentam um tempo de grande perseguição e violência. No dia 11 de junho, data escolhida para o DIP (Domingo da Igreja Perseguida 2017), podemos orar juntos por eles e fazer a diferença.
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