Portas Abertas • 07 mar 2020
Na Nigéria, as cristãs perseguidas são um retrato da vulnerabilidade que atinge muito mais as mulheres
A Portas Abertas divulga alguns dados da pesquisa da Lista Mundial da Perseguição 2022 no que diz respeito à perseguição gênero-específica. A pesquisa mostra as diferenças entre a perseguição para o homem e para a mulher e revela que mesmo quando a situação é difícil para todos os membros de uma comunidade cristã, a situação da mulher geralmente é pior devido às vulnerabilidades baseadas no gênero.
Lembramos os cinco maiores pontos de pressão (isto é, formas de perseguição) aos quais as mulheres são submetidas: violência sexual, casamento forçado, violência física, divórcio forçado e cárcere privado. Neste ano, a violência sexual passa a ser o principal ponto de pressão, presente em 90% dos 50 países pesquisados, seguido por casamento forçado (88%) e violência física (78%). Essa combinação reforça a observação de que a violência sexual continua sendo o principal meio de exercer poder e controle sobre as mulheres, seja dentro ou fora da estrutura formal de casamento.
Intimamente ligada ao conceito social de desonra, a violência sexual é usada com a intenção de desonrar as mulheres cristãs e, consequentemente, sua família e comunidade. Apesar do casamento forçado dar uma aparência de respeito, quando é contra a vontade da mulher cristã, se torna um contrato de violência sexual do qual ela não pode escapar e no qual outras formas de pressão e violência são exercidas.
Ladi Bitrus é uma cristã sobrevivente de violência sexual após ser capturada pelo Boko Haram, na Nigéria
Nos países em que é mais difícil viver como cristão, mulheres e meninas enfrentam perseguição como uma forma de “morte viva” invisível, prolongando seu sofrimento de maneira vitalícia como um meio de controle e punição.
Em todos os países hostis ao cristianismo na Ásia, Oriente Médio, Norte da África e África Subsaariana, a violência sexual acontece em contextos em que a marginalização geral da comunidade cria a “oportunidade” para tal ação. Por exemplo, na Ásia, mulheres cristãs são traficadas como “noivas” para a China devido às dificuldades socioeconômicas das comunidades.
Na Península Arábica, patrões exploram empregadas cristãs na surdina. Na África Subsaariana, milícias atacam mulheres em vilarejos cristãs ou as sequestram para uma vida de escravidão sexual. Em alguns países da América Latina, mulheres são forçadas a casar para impedir o avanço da fé cristã na comunidade. Também é uma forma de punir toda a família cristã.
Pequenos gestos de amor e solidariedade podem fazer uma grande diferença na vida de muitas mulheres que são perseguidas por causa da fé em Jesus. Cubra os custos de viúvas na Nigéria com alimentos, aluguel e escola para os filhos. Faça mais pela mulher cristã perseguida hoje.
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