Linha do tempo: Bangladesh, a independência e a igreja

Entenda como a guerra de libertação e a independência de Bangladesh influenciaram a vida de cristãos locais

Portas Abertas • 26 mar 2021


Parlamento Nacional de Bangladesh, também conhecido como "Casa da Nação"

Parlamento Nacional de Bangladesh, também conhecido como "Casa da Nação"

Bangladesh já completou mais de 50 anos de sua independência. Primeiro, a independência do Paquistão garantiu uma grande liberdade para cristãos - a Constituição declarava que Bangladesh era um Estado secular e que todos tinham o direito à liberdade de religião e crença. Entretanto, os líderes da nação logo começaram a usar o sentimento religioso da maioria muçulmana para ajudá-los a ganhar votos, marginalizando os cristãos e outras minorias. Em 1988, o islamismo se tornou a religião oficial de Bangladesh por meio de uma emenda constitucional.

Apesar dessas mudanças, o evangelho continua sendo propagado em Bangladesh. A Portas Abertas começou a apoiar cristãos perseguidos por meio de parceiros locais no país em 1995, e desde então o número de cristãos ex-muçulmanos tem crescido. Entretanto, isso também levou ao aumento na perseguição. Ao deixarem o islamismo para seguir a Cristo, os muçulmanos enfrentam com frequência rejeição das famílias, discriminação das comunidades locais e, algumas vezes, até ataques violentos de extremistas islâmicos.

Quando um muçulmano se converte ao cristianismo, extremistas islâmicos consideram a ação uma desonra ao islamismo. Por isso sequestram cristãos, o que envia uma mensagem forte aos outros cristãos e também para aqueles que desejam seguir a Jesus Cristo. Isso mostra que serão perseguidos ou sequestrados da mesma forma caso não renunciem à fé em Jesus. O medo se espalha rapidamente entre as pessoas. Dessa forma, os extremistas trabalham para impedir conversões e trazer de volta novos convertidos para o islamismo.

Ao deixarem o islamismo para seguir a Cristo, os muçulmanos enfrentam com frequência rejeição das famílias


Mesmo assim, por não encontrarem a certeza da salvação no islamismo, muçulmanos são levados a buscar algo diferente. Isso faz com que estudem muitos livros, como o Alcorão e a Bíblia. Na Bíblia, acabam encontrando a certeza que procuram. Os novos cristãos se sentem movidos a compartilhar as boas notícias da salvação com pessoas queridas e vizinhos. Mesmo tendo consciência da perseguição, muitos querem saber mais sobre Jesus e passam de perseguidores a seguidores de Cristo. Deus também tem levantando líderes locais entre cristãos ex-muçulmanos.

Cerca de 80% dos cristãos ex-muçulmanos vêm de famílias pobres, que vivem abaixo do nível da pobreza. A maioria não possui educação. Porém, há alguns vindos de famílias ricas e bem-educadas. Há 30 anos, a maioria dos cristãos ex-muçulmanos não possuía instrução ou riqueza, mas atualmente, muitos frequentam até faculdades. Mesmo assim, eles não são bem-vindos ou aceitos nas principais igrejas tradicionais. Como os muçulmanos são maioria no país, os cristãos das principais igrejas pensam que, se abrirem as igrejas para ex-muçulmanos, seus membros serão alvo de perseguição. A boa notícia é que, atualmente, a compreensão da importância dos cristãos ex-muçulmanos tem crescido gradualmente entre os ministérios tradicionais.

Seu apoio e oração ajudam esses cristãos a saberem que eles não estão sozinhos ou esquecidos pela família da fé global. Você provê apoio prático, como ajuda emergencial após ataques violentos e auxílio para o início de pequenos negócios para aqueles que perderam seus empregos por causa da fé. Você também garante apoio espiritual, como Bíblias e treinamento bíblico para fortalecer a fé de nossos irmãos e irmãs, além de ajudar futuros líderes da igreja a participarem de escolas bíblicas.

O país que hoje conhecemos como Bangladesh vive sob o Império Britânico e fazia parte da Índia.

A Índia se divide em dois países diferentes: Índia e Paquistão, com o atual Bangladesh sendo parte do novo estado, o Paquistão.

Líderes políticos do Paquistão Ocidental declaram que o urdu, língua falada nessa área, é a língua oficial para ambas as províncias.

Alunos, professores e outros membros da população marcham nas ruas para exigir que o bengali se torne a língua oficial do Paquistão. Posteriormente, esse dia é comemorado como o Dia da Língua Materna em Bangladesh.

O Paquistão torna-se oficialmente uma República Islâmica e a sharia (lei islâmica) é implementada, marginalizando os cristãos e levando à intensa perseguição.

A Guerra da Independência começa e aldeias cristãs em alguns lugares são queimadas e alguns cristãos são torturados e mortos por ajudarem os combatentes.

Data em que é comemorado o Dia da Independência de Bangladesh.

O Paquistão Ocidental se rende e a guerra termina.

A Constituição de Bangladesh é adotada e as pessoas ganham o direito de praticar a fé livremente.

O Sheikh Mujibur Rahman, presidente de Bangladesh, é assassinado pelo exército e os cristãos voltam a ser marginalizados.

O islamismo se torna a religião oficial de Bangladesh por meio de uma emenda constitucional.

As eleições nacionais foram boicotadas, fazendo com que o governo não tivesse oposição parlamentar efetiva.

Forças de segurança cometem sérios abusos, inclusive mortes, “desaparecimentos” e prisões arbitrárias, com pouca investigação ou processo legal sendo realizados.

Nas eleições, ao menos 17 pessoas são mortas em todo o país e observadores reportam incidentes de fraude eleitoral, prejudicando os resultados e a oposição.

Há ataques violentos contra cristãos e esses também são deixados de fora do auxílio do governo devido à pandemia da COVID-19.

Bangladesh subiu duas posições na Lista Mundial da Perseguição, ficando em 31º lugar, principalmente por causa de um ligeiro aumento em muitas áreas de perseguição.

Em 2022, o país volta a subir mais duas posições, chegando a 29ª colocação. Isso mostra o reflexo no aumento da violência aos cristãos.

Sobre nós

A Portas Abertas é uma organização cristã internacional e interdenominacional, fundada pelo Irmão André, em 1955. Hoje, atua em mais de 60 países apoiando cristãos perseguidos por causa da fé em Jesus.

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