Portas Abertas • 07 jun 2020
Quando Hussam e a mãe, Maha, se converteram na Síria, os parentes muçulmanos se recusavam até mesmo a tomar água na casa deles
O cristianismo nasce após a morte e ressurreição de Jesus Cristo, quando os apóstolos começam a pregar sobre sua pessoa e sua obra, o que só aconteceu depois do dia de Pentecostes. A narrativa do início do cristianismo como uma religião reconhecida se encontra no livro bíblico de Atos dos Apóstolos. Segundo alguns estudiosos, o dia de Pentecostes, em que todos os seguidores de Jesus estavam reunidos em um só lugar e todos ficaram cheios do Espírito Santo, aconteceu no dia 5 de junho de 29 d.C.
A partir de então, o Pentecostes se consagrou como uma celebração cristã que comemora a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos de Jesus Cristo, cinquenta dias depois da Páscoa. O termo “Pentecostes” se originou a partir do grego pentekoste, que significa “quinquagésimo”, em referência aos 50 dias que se sucedem depois da Páscoa.
A família do jovem Rakesh enfrentou muita perseguição na Índia, mas não abandonou a fé em Jesus
Logo após o Pentecostes, Pedro começou a pregar ousadamente sobre Jesus Cristo, o Messias esperado, e multidões creram na pregação dele, formando os primeiros grupos de seguidores de Jesus. Atos esclarece que os cristãos se reuniam no templo judaico ainda, mas também nas casas.
“Todos os dias, continuavam a reunir-se no pátio do templo. Partiam o pão em suas casas, e juntos participavam das refeições, com alegria e sinceridade de coração, louvando a Deus e tendo a simpatia de todo o povo. E o Senhor lhes acrescentava todos os dias os que iam sendo salvos.”
Atos 2.46,47
Até que pouco tempo depois, os apóstolos Pedro e João foram presos após terem curado um mendigo aleijado em um dos portões do templo. A prisão dos dois apóstolos marca o início da perseguição aos cristãos.
Em seguida, houve também o primeiro martírio de um cristão. Estêvão foi apedrejado até a morte por ser um dos seguidores de Cristo. Atos 8.1 narra que “naquela ocasião desencadeou-se grande perseguição contra a igreja em Jerusalém. Todos, exceto os apóstolos, foram dispersos pelas regiões da Judéia e de Samaria”. Também relata que Saulo devastava a igreja, indo de casa em casa, arrastando homens e mulheres, e lançando-os na prisão. Mas enquanto isso, “os que haviam sido dispersos pregavam a palavra por onde quer que fossem” (Atos 8.4).
“Em Antioquia, os discípulos foram pela primeira vez chamados cristãos.”
Atos 11.26b
A expansão do evangelho está intimamente ligada à perseguição, como revela a narrativa de Atos: “Os que tinham sido dispersos por causa da perseguição desencadeada com a morte de Estêvão chegaram até à Fenícia, Chipre e Antioquia, anunciando a mensagem apenas aos judeus. Alguns deles, todavia, cipriotas e cireneus, foram a Antioquia e começaram a falar também aos gregos, contando-lhes as boas novas a respeito do Senhor Jesus. A mão do Senhor estava com eles, e muitos creram e se converteram ao Senhor” (Atos 11.19-21). Foi na cidade de Antioquia, para onde os cristãos foram em decorrência da perseguição, que os discípulos foram chamados cristãos pela primeira vez (cf Atos 11.26). Foi aí que se originou o nome "cristão".
O termo “cristão” vem de Cristo (que significa “ungido” em grego) e passou a ser usado para designar os seguidores de Jesus Cristo. Os cristãos foram perseguidos desde os primeiros dias. A perseguição praticamente nasce junto com a igreja. Os primeiros cristãos estavam dispostos a enfrentar qualquer perseguição para seguir a Cristo. Eles foram presos e martirizados por isso, como relatado em Atos 12, por exemplo.
“Nessa ocasião, o rei Herodes prendeu alguns que pertenciam à igreja, com a intenção de maltratá-los, e mandou matar à espada Tiago, irmão de João. Vendo que isso agradava aos judeus, prosseguiu, prendendo também Pedro, durante a festa dos pães sem fermento. Tendo-o prendido, lançou-o no cárcere.” Atos 12.1-4
Mais de 2 mil anos se passaram desde o início do cristianismo e os cristãos ainda são perseguidos em grande parte do mundo. Consideramos “cristão” toda pessoa que se identifica como cristã, de todas as denominações e também quem não pertence a uma denominação específica. Em muitos lugares cristãos não têm liberdade de praticar a fé sem enfrentar ameaças, agressão, prisão, expulsão e até mesmo morte. Na Lista Mundial da Perseguição é possível acompanhar dados atualizados sobre cristãos que enfrentaram abuso físico ou mental,, o que inclui espancamentos e ameaças de morte. A violência contra cristãos se manifesta de muitas outras formas, como por exemplo, no ataque a igrejas.
Mais de 360 milhões de cristãos no mundo experimentam níveis pelo menos altos de perseguição pela fé.
Assim, ser cristão perseguido é suportar o peso da perseguição que não se manifesta somente por meio da violência, mas também da pressão. Há muitos países em que a existência da comunidade cristã não é nem mesmo reconhecida, pois os cristãos correriam risco de morte ou prisão pelo Estado ou parentes, como em países como Coreia do Norte, Somália e Maldivas, para citar apenas alguns exemplos.
Como cristão convertido do budismo em Mianmar, Moses foi agredido a ponto de sangrar e perder um dente por falar de Jesus
O Domingo da Igreja Perseguida (DIP) é realizado justamente no domingo após o dia de Pentecostes porque entende-se que foi logo na semana que se seguiu ao Pentecostes que a perseguição aos cristãos teve início.
O DIP é o maior evento nacional e interdenominacional de oração pela Igreja Perseguida, com o objetivo de conscientizar a igreja brasileira sobre a realidade dos nossos irmãos perseguidos e como podemos nos envolver com eles. Nosso desejo é que haja cada vez mais verdadeiros cristãos no Brasil, realmente comprometidos em seguir e obedecer a Cristo.
Para isso, podemos aprender muito com o exemplo da Igreja Perseguida. Além de aprender com ela, podemos também encorajá-la e fortalecê-la, e uma das melhores formas de fazer isso é engajando as igrejas locais no DIP.
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