Portas Abertas • 24 abr 2014
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"Por favor, pedimos aos militantes que mostrem piedade e libertem nossas filhas", diz o pai de uma das meninas, em carta entregue ao Serviço Africano da BBC. Cerca de 40 delas conseguiram fugir de seus captores, segundo Asabe Kwambura, diretora do colégio onde elas foram sequestradas.
Desde a semana passada, os pais das jovens continuam a busca pelas estudantes, chegando até a entrar em um bosque considerado bastião do temido grupo islâmico radical Boko Haram, apontado como o autor do sequestro.
O grupo, cujo nome significa "a educação ocidental é proibida" na língua local hausa, ataca frequentemente instituições de ensino. Mas o grande sequestro em Chibok não tem precedentes.
Bashir Saad Abdullahi, jornalista do Serviço Hausa da BBC, afirmou que muitos pais já perderam a esperança de que os militares resgatem suas filhas. Abdullahi afirmou que acredita-se que "as jovens são mantidas presas em um bosque chamado Sambisa, um terreno muito difícil que é refúgio dos militantes". O Boko Haram não emitiu nenhum comunicado sobre o ataque, mas as autoridades garantem que o grupo é o autor do sequestro.
Ataques do Boko Haram na Nigéria já deixaram 1,5 mil mortos no último ano, segundo a Anistia Internacional.
"Vi com meus próprios olhos"
Duas mulheres que foram sequestradas em outro incidente pelo grupo e conseguiram escapar contaram para o correspondente da BBC na Nigéria Will Ross, como foi o sequestro.
"Me perguntaram se eu era cristã ou muçulmana. Respondi que era cristã. Depois de alguns dias trouxeram um homem e disseram que eu tinha de me converter ao islã e me casar com ele", relatou uma jovem de 23 anos.
A jovem acrescentou que os muçulmanos que trabalhavam para o governo foram executados e ela foi levada para o bosque de Sambisa, onde a matança continuou.
"Usaram facas para degolar homens e mulheres, especialmente os homens que se negavam a lutar junto com eles. Vi com meus próprios olhos como mataram cerca de 50 pessoas."
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