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Portas Abertas entrevista uma cristã do Paquistão – Parte 1

Portas Abertas • 18 maio 2013

paquistão

Portas Abertas: Como é a vida diária para um cristão no Paquistão?
Hana: Nós fazemos as mesmas coisas que a maioria das pessoas. Temos acesso às mesmas fontes de notícias e informações. A diferença é que ao receber esse material, somos lembrados constantemente que somos diferentes e estamos sendo vigiados. Vivemos em um aquário e somos julgados o tempo todo; como comemos, como nos purificamos, como nos aproximamos de Deus, como oramos, como adoramos, como nos vestimos, como falamos, como acreditamos.


Imagine-se sendo observado 24 horas por dia. Pense o que significa seu vizinho lhe pedir para cortar uma árvore alta de seu jardim, porque com a árvore ali ele não pode mais olhar para dentro da sua casa e ver o que você faz. Imagine ser questionado na rua se você está em jejum durante o ramadã; se os cristãos zelam por se vestir modestamente. A mensagem que os vizinhos estão recebendo da TV é que o cristianismo é “”ocidental”” (e qualquer pessoa associada ao ocidente é vista, muitas vezes, como um indivíduo despreocupado em viver de uma maneira que agrade a Deus).


Todos aqui trabalham duro, a maior parte dos cristãos também. No entanto, muitos cristãos ficaram desempregados durante gerações e alguns não têm instrução, tendo poucas oportunidades de mostrar suas habilidades.


As mulheres cristãs são vulneráveis no mercado de trabalho. Embora haja uma quantidade justa de cristãs que sofrem e lutam, há também aquelas que são conhecidas por seus serviços ao país como enfermeiras, médicas e professoras. Quem está ligada a ordens religiosas, como as freiras, e dedica sua vida ao serviço dos pobres e perdidos, é respeitada, embora seja vista com algum interesse.


Crianças cristãs têm uma enorme vantagem se estão inseridas na escola. No entanto, enfrentam desafios e sempre serão lembradas de que são cristãs (como tais, são descendentes da casta intocável ou são associadas aos britânicos). Estes são dois estereótipos inteiramente verdadeiros.


Da manhã até à noite, a vida é um desafio. Cada dia é uma oportunidade de caminharmos com o Senhor e pedir-lhe que nos dê olhos para apreciar a beleza e riqueza da primavera, as bênçãos da terra em que ele nos colocou, as amizades à espera de acontecer. É mais um dia em que podemos superar nossa raiva para exercer o amor e o ministério do Senhor com aqueles que nos rodeiam.


Portas Abertas: A perseguição é pior em algumas áreas em relação a outras?
H:
Sim, nas áreas rurais a perseguição é pior. Mas ao mesmo tempo, as cidades estão se tornando cada vez mais difíceis para se viver como cristão. O Talibã continua a se infiltrar em tudo, em todos os lugares.

Confira amanhã (19), a segunda parte dessa entrevista.

* Nome e foto alterados por motivos de segurança