Portas Abertas • 12 mai 2015
Nesta terça-feira (12), outro forte terremoto, de magnitude 7,3, atingiu o Nepal, matando ao menos 37 pessoas e ferindo 1.066, segundo a agência de notícias Reuters. Prédios e estruturas que estavam danificadas pelo terremoto de 25 de abril – que matou 8 mil pessoas no país – foram destruídos.
Segundo a rede CNN, 29 pessoas morreram no novo tremor – que teve epicentro 68 km a oeste da cidade de Namche Bazaar, perto do Monte Everest e da fronteira com o Tibet, segundo o Serviço Geológico dos EUA.
O primeiro terremoto ocorreu na manhã de sábado, 25 de abril, momento em que muitos serviços religiosos cristãos estavam ocorrendo. Muitos dos cerca de 150 cristãos atingidos morreram quando os edifícios em que estavam reunidos entraram em colapso. O novo abalo sísmico ocorre 16 dias após este, que foi o pior terremoto no Nepal desde 1934. Desde então, o esforço de socorro se voltou para encontrar as 400 pessoas desaparecidas.
A tragédia revive um debate em curso sobre os rituais de sepultamento. Os cristãos são minoria no Nepal, e representam 3% da população. Eles são a favor de enterrar seus mortos, enquanto a maioria hindu prefere a cremação.
Em 2013, as autoridades anunciaram um plano para estabelecer cemitérios oficiais para os cristãos, que triplicaram em número, desde que a monarquia hindu foi abolida em 2006. Porém as tensões entre ambos os grupos religiosos não se resolveram.
""Quando um cristão morre, não há (ainda) um cemitério oficial. Então, quando uma pessoa morre, nós temos que nos apressar e, secretamente, temos de levar [o corpo] para a selva onde ninguém possa ver. Não há segurança alguma para que possamos enterrar nossos mortos. Às vezes, hindus vêm e nos agridem"", disse Sundar Thapa, da Federação dos Cristãos Nacionais do Nepal.
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