Portas Abertas • 4 abr 2017
Por volta de seus 25 anos de idade, Jamilya* conheceu a Cristo, trabalhou como líder da juventude e também liderou um pequeno grupo de oração. “Encontrei o propósito da minha vida em Jesus e sempre compartilhei o evangelho com meus amigos, pensando na felicidade e no futuro deles”, disse ela a um dos colaboradores da Portas Abertas.
Sua vida ia muito bem até o dia em que o homem que queria se casar com ela, a sequestrou. Segundo a tradição da Ásia Central, se uma menina é sequestrada por mais de uma noite, ela é considerada ou “desonrada” como se diz popularmente. Mesmo que ela não tenha sequer sido tocada, nenhum homem irá mais aceitá-la como esposa.
Colocada nessa situação, seus pais decidiram realizar o casamento e ela não teve outra escolha senão obedecer. “Sardor* não me tratou muito bem. Financeiramente e emocionalmente ele não foi um bom marido. Tivemos um filho, que ele também não cuidou. As vezes ele me batia, e eu sempre orava por ele, para que fosse transformado. Mas isso nunca aconteceu, então pedi o divórcio”, conta.
Ao se deparar com a possibilidade de perder a esposa, finalmente Sardor mudou de comportamento e passou a se interessar pela fé de Jamilya. Então o casal começou a frequentar igrejas domésticas. Sardor dizia que tinha aceitado a Cristo, mas ele estava mentindo. “Meu próprio marido nos entregou para a polícia secreta. No início, nem desconfiamos quem era o traidor no nosso meio, até que um dia ele levou a polícia para a nossa casa, quando eu ministrava na Escola Dominical”, ela lembra.
Naquela manhã, Jamilya, sua irmã e mãe, junto com as 20 crianças que participavam da aula, foram levadas para a delegacia. De acordo com as leis do país, ensinar outra doutrina religiosa aos menores é proibido. As três mulheres receberam multas de valores altíssimos e Jamilya foi demitida de seu emprego por causa da “atividade criminosa” que praticou. Depois disso, o divórcio realmente aconteceu. Leia amanhã o final dessa história.
*Nomes alterados por motivos de segurança.
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