Portas Abertas • 24 dez 2020
O aumento de 18 pontos em relação à LMP 2019 deveu-se principalmente ao aumento da violência no país
Burkina Faso, país do Oeste Africano, foi um dos países que entraram na Lista Mundial da Perseguição (LMP) 2020. Existem vários grupos islâmicos militantes operando no país. Entre eles estão: Jamaat Nusrat al-Islam wal Muslimeen (JNIM), Estado Islâmico da África Ocidental (ISWA, da sigla em inglês), Estado Islâmico no Grande Saara (ISGS, na sigla em inglês), Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM, na sigla em inglês), al-Murabitoun, Ansar Dine e Boko Haram. Esses grupos têm sido responsáveis por vários ataques e estão ganhando terreno, especialmente após a instabilidade política no vizinho Mali.
Como afirma o Banco Mundial: "Como outros países da sub-região, Burkina Faso está enfrentando condições de segurança cada vez mais desafiadoras. Embora protegido por um longo tempo, o país entrou em um ciclo de ataques terroristas mais frequentes, especialmente no Norte do país, perto da fronteira com o Mali e o Níger".
O International Crisis Group também destaca os desafios que as forças de segurança do país enfrentam: "As forças de segurança de Burkina Faso estão lutando para lidar com os crescentes ataques de insurgentes, especialmente no Norte e Leste do país. A violência no Norte se espalhou da província de Soum, o epicentro da insurgência de Ansarul Islam (outro grupo jihadista ativo no país) a outras províncias, especialmente Sourou. Ansarul Islam continua a lançar ataques, principalmente contra as forças de segurança.”
O forte aumento de 18 pontos em relação à LMP 2019 deveu-se principalmente ao aumento da violência no país que, por sua vez, levou a um novo aumento da pressão, como pode ser visto no infográfico abaixo.
Burkina Faso mostrou um grande progresso em direção à democracia desde a derrubada da ditadura de Compoare. O processo eleitoral tornou-se mais aberto e credível, e o governo também tomou várias medidas para melhorar os direitos humanos. Apesar da extrema pobreza, militância islâmica e corrupção, o país está tentando fazer progressos em termos de democracia e Estado de direito. As eleições gerais de 2015 trouxeram uma nova face ao papel de liderança. Roch Marc Christian Kaboré, do Movimento para o Progresso do Povo, tornou-se o primeiro presidente eleito democraticamente em 27 anos.
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