Portas Abertas • 12 mar 2019
Murat e Mira (pseudônimos) são um casal cristão ex-muçulmano uigur, etnia minoritária na China
A província de Xinjiang, no noroeste da China, é considerada pelo governo chinês a região mais volátil do país. Por abrigar mais de 10 milhões de uigures muçulmanos, a região é vista como um terreno fértil para ideologias extremistas e separatistas. A China está gastando bilhões para desenvolver uma nova rota de comércio através de Xinjiang para a Eurásia. Por isso, retirou todos os obstáculos para assegurar que o povo uigur seja subserviente e não consiga prejudicar o futuro desenvolvimento econômico da região.
A mídia internacional tem reportado a repressão sobre o povo uigur na China. Mais de 500 mil uigures (homens, em sua maioria) estão detidos em campos de reeducação no país, inclusive alguns cristãos ex-muçulmanos. Nesses campos, eles são forçados a falar chinês (que não é a língua deles) e cantar hinos patrióticos chineses, enquanto Bíblias e outros materiais cristãos são proibidos, assim como barbas e roupas islâmicas. Eles têm aulas diárias de propaganda chinesa com o objetivo de “limpar as mentes uigures”, de acordo com o pensamento do presidente Xi Jinping. Apesar de protestos da comunidade internacional, o processo de sinicização da religião está em pleno andamento no nordeste da China. Sinicização é o esforço para manter as tradições chinesas em todo o país, eliminando tudo o que for diferente do pensamento do regime.
Alguns de nossos amigos que são pastores ex-muçulmanos foram libertados dos campos de reeducação, mas estão tentando se isolar ao máximo para se recuperar do tempo difícil que passaram. Enquanto estavam presos, a Portas Abertas se encontrou com suas esposas e filhos. Foi um tempo de encorajá-los e assegurá-los de que o corpo de Cristo em todo o mundo estava orando por eles. As famílias choravam ao compartilhar quão solitário e difícil estava sendo para elas. Eram, também, lágrimas de gratidão por saber que irmãos e irmãs de todo o mundo estavam com eles em oração. Ainda não tivemos a oportunidade de estar com os que saíram dos campos, mas suas famílias contam que eles sobreviveram e permanecem próximos a Jesus. (Essa notícia continua)
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