Portas Abertas • 16 jan 2023
Além dos sequestros e mortes, muitas mulheres em Burkina Faso também se tornam deslocadas devido aos ataques de jihadistas
De acordo com o jornal The Guardian, cerca de 40 mulheres foram capturadas na última quinta-feira a cerca de 12 quilômetros a sudeste de Arbinda, em Burkina Faso. “As mulheres se reuniram para apanhar folhas e frutos silvestres na mata porque não havia nada para comer”, contou um morador, acrescentando que na ocasião elas saíram com seus carrinhos. “Na quinta à noite, quando elas não voltaram, pensamos que tinha acontecido algum problema com os carrinhos. Mas três sobreviventes voltaram para contar o que tinha acontecido”, disse outro morador.
Então, na sexta, cerca de outras 20 mulheres foram sequestradas oito quilômetros ao norte de Arbinda. Elas não sabiam sobre o primeiro sequestro. “Em ambos os grupos, algumas mulheres conseguiram escapar e voltar para a vila a pé. Achamos que os sequestradores as levaram para suas bases”, um morador acrescentou. Autoridades locais confirmaram os sequestros e disseram que o exército e auxiliares civis realizaram buscas sem sucesso na área.
Arbinda está na região do Sahel, no Norte de Burkina Faso, uma área sob controle de grupos jihadistas e com suprimentos de comida limitados. A cidade e as áreas ao redor são regularmente assoladas por ataques jihadistas que muitas vezes fazem civis de alvo. Em agosto de 2021, 80 pessoas, incluindo 65 civis, foram mortas em um ataque em um comboio que os levava a Arbinda. Em dezembro de 2019, 35 civis estavam entre um grupo de 42 pessoas que morreram em um ataque à própria cidade.
Em muitas partes de Burkina, plantações não podem mais ser cultivadas por causa do conflito. A população de Arbinda é muito dependente de abastecimento alimentar externo. Em novembro de 2022, Idrissa Badini, um porta-voz da sociedade civil, emitiu um alerta sobre a situação de Arbinda. “A população, que já esgotou suas reservas, está à beira de um desastre humanitário”, ele disse.
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