Como a igreja tem sobrevivido diante das guerrilhas

A presença de bons líderes, como o pastor Álvaro Ramírez, faz toda a diferença

| 21/12/2017 - 00:00



reuniao-na-colombia

Em meados de novembro, na pequena cidade de Caño Verdes, na Colômbia, as guerrilhas convocaram as comunidades indígenas Emberá para propor aos líderes a expulsão dos cristãos e o fechamento de igrejas. O objetivo era fazer uma aliança para exercer o controle da região. Essa é uma prática que tem se tornado comum na perseguição às comunidades cristãs. Em muitos casos, os líderes indígenas aceitam essas alianças para levar os cristãos a abandonar a fé, de acordo com pesquisadores da Portas Abertas. Esse tipo de aliança já foi registrado em outras comunidades indígenas, como Arhuaco, Kogui e Nasa.

A comunidade Emberá ficou de 2005 a 2015 sob a explícita proibição de entrada de pastores e igrejas pelas FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia). Durante esse período, a população cristã ficou reduzida a dez pessoas, que viviam com medo diante das ameaças por causa da fé. O cenário só mudou com a chegada do pastor Álvaro Ramírez, um ex-paramilitar que agora é apaixonado por compartilhar o evangelho. Por causa dele e do ministério que desenvolve, os líderes de Emberá defenderam a permanência dos cristãos na comunidade.

Comunidade impactada pelo ministério de Ramírez
O pastor Ramírez trabalha em Caño Verdes há mais de dois anos e é um líder comunitário respeitado. “No começo foi difícil por causa do terror das guerrilhas, mas com o tempo e bom testemunho, eles me deram permissão para abrir a igreja e pastorear aqui”, conta Ramírez. “Mas me vigiavam o tempo todo. Se vissem alguma coisa que não gostassem, com certeza não hesitariam em me matar”, acrescenta.

O trabalho do pastor tem um impacto entre cristãos e não cristãos, pois ele desenvolve também um trabalho social. O maior desafio são os jovens que, abandonados pelo governo, estão vulneráveis à ação das guerrilhas. Então muitos optam pelo suicídio. Em 2015, o pastor contabilizou sete suicídios de jovens indígenas. Apesar das restrições e ameaças de grupos armados, o trabalho dele tem sido bem-sucedido e, de 10 cristãos em 2015, a comunidade cristã passou para 110 em 2017.

No entanto, devido às ameaças de uma nova guerrilha que tomou o controle da região, Ramírez teve que fugir com sua família. As restrições impostas sobre a igreja são mais severas, controlando os horários de culto e molestando os cristãos. Mês passado, a nova guerrilha recrutou 15 crianças e ameaçou levar o filho de 12 anos do pastor. Apesar de toda a coragem, Ramírez teve que se mudar com a família, mas continua a observar e ajudar a comunidade de longe.

Leia mais
Cristão colombiano dá testemunho de fé

Leia também
Líder cristão indígena é preso com esposa e bebê de 1 ano
Cristãos são perseguidos pelas guerrilhas


Sobre nós

Uma organização cristã internacional que atua em mais de 60 países apoiando os cristãos perseguidos por sua fé em Jesus.

Facebook
Instagram
Twitter
YouTube

© 2023 Todos os direitos reservados

Home
Lista mundial
Doe
Fale conosco